O
que acho interessante, por lamentável, é o continuado silêncio da velha Europa,
a do futebol maravilha enrodilhado em sonhos, face à quieta contemplação destas coisas. Parece que
mais uma vez fica provada a eficácia da justiça norte-americana, dando lições
de como resolver os assuntos pela acção em lugar da passividade de uma FIFA que
rapidamente esconde, digere e, depois, regressa
ao apetite de tudo manter sonegado. Pelos vistos, não obstante todas as
vicissitudes que lhe assistem, ainda vale a pena acreditar numa América que
procura conhecer e combater esse viveiro de descobertas retrospectivas e
maléficas já que a Europa, em muitas matérias, ou em quase todas que clamam por
justiça célere e produtiva, persiste em
ser apenas a essência da sua própria comicidade. Não há dúvida de que é inútil
e prejudicial lamentarmo-nos perante
tudo o que os EUA fazem; vale bem a pena é sabermos diferenciar o que de menos
bom de lá vem, mas também aplaudir sem rebuço as virtudes que possuí. Afinal,
por cá, na Europa da FIFA e de muitas
outras FÍFIAS, a bolha de sabão que outrora brilhava à sua frente, tornou-se
água vulgar.
“Sete
dirigentes da FIFA, entre os quais dois vice-presidentes do organismo, foram,
na madrugada da última quarta-feira, detidos na Suíça, a pedido da Justiça
norte-americana, que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por
corrupção. As detenções foram levadas a cabo pela polícia
suíça, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam
para um encontro anual. Em causa estarão suspeitas de corrupção nas
duas últimas décadas, envolvendo os concursos dos Mundiais de futebol, negócios
de marketing e transmissão de jogos.”