Governo tem em curso investimento de 80 milhões para evitar cheias
O
Governo tem em curso investimentos de 80 milhões de euros em cerca de 30
projetos a nível nacional de combate às cheias, disse esta quarta-feira o
ministro do Ambiente e da Ação Climática, em Coimbra.
Apenas
vejo a alva cor da tua barba, é Natal, pois então, mas não consigo avaliar a
largueza do horizonte com que demarcas a nossa inundada sina! A tarde vai fria.
Precisas é de te agasalhar. Do que tu não és capaz, meu “querido”! Do que tu
não és capaz!? É pena é que chegues sempre atrasado à importância das coisas.
Não és o único, afinal.
Mário
Rui
PORTUGAL
Ó Portugal, se fosses só três
sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da
terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e,
afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o
sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de
lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do
estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das
praias,
o grilo engaiolado, a grila no
lábio,
o calendário na parede, o
emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três
sílabas
de plástico, que era mais
barato!
Doceiras de Amarante, barristas
de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros
da Golegã,
não há “papo-de-anjo” que seja
o meu derriço,
galo que cante a cores na minha
prateleira,
alvura arrendada para o meu
devaneio,
bandarilha que possa
enfeitar-me o cachaço.
Portugal: questão que eu tenho
comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem
entretém,
perdigueiro marrado e sem
narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós . . .
Alexandre O’Neill
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