A minha língua fica às vezes tão doida que se
põe logo a bater-me nos dentes... E depois de tantas explicações esfarrapadas
dadas pela suposta ministra da saúde, será que o instinto presidencial ainda
não lhe deu aquilo que a experiência já lhe devia der dado? O quê? Dois murros
na mesa, duas ou três provas suplementares do estado de desgoverno em que se
encontra o SNS e menos, muito menos beijos. Sim, menos, porque certamente haverá
gente que entende isto como receita médica, que, cumprida mal ou
imprecisamente, como é o caso, só trará mais dano do que benefício. Já basta de
comissões e audições, reuniões e receitas de ministérios alveitares e sestas à
sombra da utopia e do marasmo mental. São mais do que horas de acordar para
cuspir... e pensar! Assim, o país é convidado a mergulhar num abismo de
inconsciência, na treva sem fim de um definitivo adeus à inteligência e, pior,
ao SNS. Vai-te ministra, estou farto da tua salvação pelo caos e dos beijos que
parecem dar ânimo a doutrinas imbecis. O que está a acontecer é um mostruário
de banalidades políticas que muito significam precisamente na medida em que não
valem nada. Haja quem mande neste país. Para desgovernar, já temos muitos!
Mário Rui
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