Freguesias
de Caia e Urra - Distrito de Portalegre.
Pode ser exercício de mero humor político, ainda assim, quanto a
mim, falhado. Não é propriamente porque não assista a estes candidatos o
direito de brincarem com coisas sérias. Afinal, para alguns, isto mais não é
senão a chamada “transformação da democracia”. Admito estar errado, mas fico
pensando se situações deste tipo não serão, elas mesmas, a ‘degeneração’ da própria
democracia. Não que seja coisa que me espante, pois esta adaptação “natural” dos
princípios abstractos à realidade, é recorrente no país. Mas pior é o facto de tal postura político-partidária
representar uma inevitável contaminação da teoria eleitoralista quando forçada
a submeter-se às exigências da prática. Vale quase tudo. Com graça ou sem graça
nenhuma, é indiferente, o que conta é a sobrevivência e a suposta robusta consistência do convencimento
a incutir ao eleitor. Pobre eleitor. Quase me apetece dizer, recorrendo ao
testemunho e autoridade do povo, que «com papas e bolos se enganam os tolos». Que
diabo, isto até pode ser democracia alternativa, sei lá eu o que isso é, mas o
voto é que não deve ser mercadoria que se deva ceder ao melhor e mais patusco
ofertante. Gostem ou não, o ausente crescimento da educação para a cidadania
continua a marcar pontos. Por natureza, eleições deveriam significar primeiramente
um conjunto de regras de procedimentos para a formação de decisões colectivas, onde
estivesse também prevista e facilitada a participação e o mais esclarecido
entendimento dos interessados. Em Portugal, nada disto se passa. E ainda há
quem se admire da abstenção! Mas se quiserem, não liguem às minhas vertigens
reflexivas. Pois se a velhice é um enorme armazém de desenganos, façam os meus
caros (e)leitores o que muito bem lhes apetecer. Especialmente os mais novos,
pois claro. De todo o modo, não se deixem enganar. Quer o partido seja fulano,
sicrano ou beltrano. Estejam sempre atentos às desordens que se devem reparar!!
Mário Rui
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