Andar de comboio em cadeira de rodas só com aviso
de 48 horas
Mais importante do que ‘chorar’ sobre tudo aquilo
que não fizemos e devíamos ter feito, mas muito mais que isso, é termos
consciência plena do (des)companheirismo que nos assiste em pleno tempo dos
homens que julgávamos sagazes, com agudeza de espírito. É uma emergência
nacional dispensarmos gente que nos carrega com a misteriosa fragilidade dos
vínculos humanos, como disso é exemplo a notícia do jornal, gente que diz
apertar os laços e, afinal, o que faz é mantê-los sempre frouxos. Precisamos de
a trocar por um género humano que amarre esses laços e que os mantenha como
elos seguros entre todos os cidadãos, quaisquer que sejam as suas capacidades
físicas ou mentais. Com preceitos destes, desiguais entre iguais, bem me podem
assobiar ao ouvido quanto a direitos universais. E mesmo que dentro de momentos
viessem estas segregacionistas linhas férreas trazer uma ligação que
preenchesse a lacuna deixada pelos liames ausentes e obsoletos destes
maquinistas, jamais neles acreditaríamos! O sentimento de insegurança que eles
inspiram e os desejos conflituantes que demonstram, são um ‘kit’ identitário do
Portugal que não queremos. Pobre Portugal que assim oscila entre o sonho e o
pesadelo. Há bicicletas, nestas carruagens da vida que nos acossa, com muitos
mais direitos que os homens.
Bom Natal para todos, mesmo para os que coabitam em
diferentes níveis de consciência!
Mário Rui
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