Para
quem gosta de História, aí está um pouco da muita que preencheu quase 900 anos
de Portugal. País moldado pelos Romanos depois pelos Visigodos e a seguir pelos
Mouros, Portugal foi reconhecido como um reino independente em 1143 em pleno
reinado do Rei Afonso I e, com a ajuda dos militares cristãos, os últimos
redutos do poderio árabe foram derrotados por volta de 1249.
D.
Amélia de Orleães, mulher de D.Carlos, foi a última rainha de Portugal, sendo o
seu perfil traçado nesta obra - com a consulta de todos os seus diários, e que
inclui fotografias inéditas - desde que conheceu o Príncipe herdeiro D. Carlos
até aos últimos dias, no seu palacete de Belle-Vue, em Chesnay, nos arredores
de Paris.
‘Rainha D. Amélia – uma biografia’, de José
Alberto Ribeiro
Sinopse:
«Nunca
compreendi o que é que se passou no Terreiro do Paço. Porquê tanto ódio, tanto
sangue? Porque é que fizeram aquilo? Eu que não pensava a não ser no bem do meu
povo?...(...) Foi necessário eu sofrer tanto para que vocês me amem tanto,
mulheres do povo. Vós, mulheres, viúvas como eu, que eram jovens quando eu
também era jovem, ofereceram-me flores e lágrimas… Quem sabe se quando fizer a
minha última viagem a Portugal elas me irão oferecer flores de novo?».
Amada
por uns, odiada por outros, D. Amélia de Orleães, a última rainha de Portugal,
viveu num mundo em grandes transformações políticas, sociais e culturais.
Princesa de França, mas portuguesa de coração, assistiu ao assassinato do
marido e do filho, príncipe herdeiro, a tiro de carabina em pleno Terreiro do
Paço e ao fim da monarquia num país que a havia acolhido com entusiasmo. Rumou
ao exílio primeiro em Inglaterra depois em França, viveu a Primeira Guerra
Mundial, resistiu contra a ocupação nazi, recusando deixar o país que a
acolhera e que também era seu. Contudo, apesar da tragédia que marcou o seu
quotidiano, D. Amélia orientou a sua vida pela divisa que escolheu para si:
Esperança. José Alberto Ribeiro, diretor da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves,
um apaixonado pela figura desta rainha alta e de personalidade forte, traz-nos
uma biografia reveladora de factos e acontecimentos até agora ignorados ou
silenciados sobre a sua vida. Após anos de pesquisa em arquivos nacionais e
estrangeiros, nomeadamente no Arquivo Nacional de França, em Paris, da leitura
dos diários privados da rainha, escritos ao longo de 65 anos, desde que chegou
a Portugal até ao fim dos seus dias, o autor reconstituiu a vida e o quotidiano
de D. Amélia. Da sua infância, passando pelo seu casamento, a relação com D.
Carlos e com os filhos de quem sempre foi uma mãe extremosa, os dias comuns e
os dias de grande gala, os seus gostos, a sua curiosidade pelas novidades da
ciência, pela cultura e as suas ações de solidariedade, passando pelos seus
desencantos e tristezas, o exílio forçado, o calvário da morte de mais um
filho, D. Manuel, as questões de sucessão do trono português, e a sua relação
de correspondência com António de Oliveira Salazar que a convida a visitar
Portugal. A rainha deixou expresso que após a sua morte estes diários deveriam
ser queimados, o que não veio acontecer. José Alberto Ribeiro foi o único
historiador a ter acesso, na sua totalidade, a estes diários, bem como a um
conjunto de imagens desconhecidas que são reproduzidas nesta biografia
amplamente ilustrada. D. Amélia morre a 25 de outubro de 1951, na sua cama
gravada com as armas de França e dos Bragança. Tinha então 86 anos. As suas
últimas palavras foram: «Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em
Portugal que quero dormir para sempre. No presente, Deus está comigo.»
Mário
Rui
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