Entrevista à Rádio Renascença em 3 de Janeiro de 2014
O “inconseguimento” e o mais que se vê e não se percebe da
segunda figura do Estado
Não é meu propósito comentar o que disse a senhora apenas
porque o dito é de tal modo difuso e imperceptível que o não consigo fazer. Bem
gostaria de entender o alcance de tão adornado discurso mas realmente quem
abraça posições tão ‘avançadas’ em matéria de linguística, dificilmente se
torna acessível ao comum do cidadão. Após a eclosão do conflito ortográfico, entretanto
mal parido, parece-me sensato que para se ser ouvido se restrinja a oratória,
mesmo sem acordo já de si imprudente, ao mínimo. O amor e a paixão pela língua
que falamos, por meio da qual expressamos sonhos e ambições, é um património
demasiado valioso para se subestimar pelo que é premente velar pela sua
identidade. E é justamente pelo facto de nada me dizer a dita loquacidade palavrosa
da senhora que me cumpre perguntar: o que será uma imaginação que não entenda o
que quer dizer? Não poderia ter lançado mão de discurso mais simples,
entendível e em que estivesse presente a gramática portuguesa e a língua
valorizada? Ou então até nisto já há uma finalidade bem definida; é que os
discursos que se expõem ordinariamente à incompreensão dos outros, mascaram a
fragilidade das palavras que se dizem. Senhora Presidente, adopte aquela ideia
de que “se sei, sei que sei”, “se não sei, sei que não sei”. Assim, vai ver,
não terá pela frente mais “inconseguimentos”.
Mário Rui
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