Vendo-me
atribuir tantos defeitos a tanta coisa que me rodeia, muito boa gente terá já
concluído que considero esta a causa única porque escrevo, habitualmente
criticando. Não o faço por me ser mais fácil derrubar que erigir. Isso seria
supor-me dono de uma visão deveras estreita. Faço-o antes porque há nos dias de
hoje um rol extenso de outras opiniões, de sentimentos, de instintos e de
acções, que devem a sua aparição a factos muitos estranhos e completamente
contrários à igualdade e ao respeito a valores que estimo. É essa a única razão
que me faz correr atrás das minhas inclinações e das minhas ideias. Deparo-me
todos os dias com factos irresistíveis contra os quais não seria desejável nem
sensato permanecer mudo e quedo. Não seria igualmente sensato deixar de lutar
por causas em que acredito e daí que muitas vezes me tenha sucedido dirigir
palavras severas a inúmeras situações que a sociedade dita moderna criou. De
todo o modo, acrescentarei que não é por ser um adversário convicto deste tipo
de sociedade que não deva ser sincero com ela. Eis porque lhe dedico com
frequência comentários pouco abonatórios já que não tenho a cobardia de os
calar. Assim, mesmo posto no meio das opiniões contraditórias que nos dividem,
esforço-me por manter no meu coração as simpatias favoráveis e no pensamento os
instintos controversos já que, afinal, é tudo gente amiga. Quero continuar a
acolhê-los a todos e, se for o caso, agradeço que os irritados ergam a sua voz
e me acusem. Claro que as redes sociais propiciaram sobremaneira entendimentos
diversos do mundo que nos visita diariamente sendo que, convenhamos, em muitos
casos, também contribuíram para o esforço individual da nossa razão. É
admiração exagerada da nossa própria imagem e eu bem sei que engrosso esse
número. Por outro lado, o “Facebook” e respectivas potencialidades são um
excelente meio para exponenciar pontos de vista especulativos. Também neste
particular me incluo sabendo de antemão que bastas vezes sou mais um
especulador, mas ninguém é perfeito. Dito isto, e acabo já, aproveito para
saudar todos os amigos da rede desejando-lhes boas relações e fé naquilo que,
apesar das discordâncias evidentes, talvez um dia se venha a transformar numa
crença comum. Enquanto tal não for realidade, uma mezinha ou outra, certamente
atenuará as nossas mágoas que não as nossas dores. E o “Facebook”, brincando,
já a tem. Abraços!
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