Que
descansem os mais cépticos relativamente aos festejos futebolísticos que por
ora alguns vivem, e com toda a justiça, posto que, para os ganhadores, esta
pequena superioridade neste tempo de conveniência não nos faz esquecer as
precauções e reticências a tomar face à inconsistência de uma Europa e de um
certo mundo de ambições e vaidades desmedidas. Se muitos portugueses sentem
hoje força de ânimo porque uma equipa de homens mostra ao velho continente e
demais parcelas humanas como se faz uma vitória, esses mesmos também sabem do
mal profundo que as coisas apenas miseráveis representam. E sabem ainda mais;
sabem que a gula dos mais fortes, em faltando-lhe uma coisinha bem pequena, o
respeito pela independência e dignidade dos outros, só lhes confere pobre
autoridade para matar a nobre humildade que se encontra nos mais simples e
modestos. É por isso que, na Rússia como na Ucrânia, na Alemanha como na
América, como em qualquer outro lugar, mas sempre sítios onde há ‘malévolos
inocentes’ que tudo pensam e fazem sem pedirem licença aos de boa-fé e sem que
a estes últimos lhes dediquem apreço pela sua boa consciência, muito custa
entender o que são compromissos sérios e favoráveis. Merecidos festejos por uma
qualquer briosa vitória são tão sérios e seguros quanto uma boa repulsa às
extorsões metodizadas dos que preparam, mais uma vez, o enterro da nossa civilização.
Sempre os mesmos! O futebol já não ensandece, o que cria insânia são as
síncopes dos poderosos que ultrajam com as armas o domínio dos fecundos.
Mário
Rui
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