É Portugal no seu melhor.
Com a chegada a Lisboa de vários navios de cruzeiro,
o que não vale ouvir o hoteleiro que diz;
«… estamos a contar com um volume grande de turistas». Pois, como vêm
por mar, devem chegar todos em estado líquido. E então a senhora do
quiosque: «… claro, estamos à espera de
muitos carteiristas, eles e elas. Mas não faz mal, já os conhecemos a todos de ginjeira».
Muito
bem, é um problema de
álgebra social que se resolve. Mas não é isto um povo que toca música num teclado
de figuras de fantasia? Falta ainda a pensão que cobra uma fortuna por uma
dormida na noite que antecede a final da liga dos campeões. O proprietário está à espera de um fundo sebastiânico, esse
protector misterioso que numa manhã de névoa há-de vir pôr-lhe a mesa, arranjar-lhe
as refeições, mobilar-lhe a hospedaria e
já agora casar-lhe os filhos ricos. E depois
digam-me que não há uma parcela grande do país que prefere as coisas que
distraem às que concentram. Gente para
quem a vida de dentro deixou de ser um calmante contra as excitações de fora.
Ou serão só homens com apertos e mulheres com dilatações? Rir, rir é o melhor
remédio!
Mário Rui
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