A Federação
Portuguesa de Futebol irá pagar 400.000 euros a cada jogador, num total de mais
de 9 milhões de euros, caso a selecção ganhe o Campeonato do Mundo de Futebol.
A eurodeputada socialista Ana Gomes comparou ontem o Banco Espírito
Santo (BES) ao BPN, afirmando que ambos são ou foram instrumentos de actividade
criminosa. Ana Gomes disse ainda, em declarações à Antena 1, que "ninguém,
chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado Santo para ir
preso". (jornal i - 18 Jun 2014 )
Não sei e tão-pouco
quero saber os nomes dos que exigiram, dos que ofereceram, ou sequer tentar
entender da moderna pornografia a que se assiste no futebol de selecção
nacional. Não estou nada interessado em semelhante assunto apenas porque, a
exemplo do que acontece com a maior parte da vida política portuguesa e outra
tanta social – estão aí mais uns elucidativos exemplos vindos a lume no
programa “Conselho Superior” da Antena 1 do dia 17 de Junho - , tudo não é mais
do que uma verdadeira choldra a que deve a minha consciência dedicar o melhor do seu desprezo. Há-de ser um desprezo
mais em forma de testemunho público de lamentos pela forma como cada vez mais
me afasto da casta de gente que envergonha o país e não tanto desprezo que me
leve a calar o estado irritativo, e de náusea, em que permaneço ante o que
vejo, leio, ouço e finalmente vivo! Que grande feira de vaidades em que se
tornou este recanto da portugalidade. Quer seja no futebol de selecção que
alguns ainda julgam nacional, quer seja no domínio da banca portuguesa, aquilo
a que se assiste é à tarefa de sacarrolhar, em cada caso em particular, o vil
expediente que mais rapidamente possa dar dinheiro, vanglória, ainda que de
fraca qualidade, ou possibilidade de êxito fácil em qualquer coisa. Os cálculos de ganhos e perdas ajustam-se na
perfeição aos esquemas de fins e meios, razão pela qual cada um lança mão da
mais hábil e ardilosa das vias ainda desimpedidas, subsistem muitas e quando
escasseiam inventam-se, para irem enriquecendo de modo altamente duvidoso, dando
deste modo nota do persistente sintoma normal de uma humanidade decaída. Não é
coisa que os preocupe, esta queda abrupta de virtudes, pois que é mais
importante ultrajar a memória de um país do que propriamente venerá-la. Vale
tudo! Para se ser alguém cá na terrinha, o indispensável é que se deite toda a
vergonha ao mar, depois virão as recompensas, e os vencidos, essa raça inferior
que serve de pasto aos apetites devoradores dos primeiros, que se amanhe. Vamos
longe com estes triunfantes e válidos amanhãs, vendo passar as
afrontas. Apetece dizer que neste lenta agonia de nacionalidade há muitos para
quem a bandeira do país já não é símbolo de nenhuma glória, mas antes um pano
com que se cobrem as infâmias cometidas. Indignado? Claro! Peçam-me tudo, menos que tape os olhos. Bem basta
quando a terra os cobrir!
Mário Rui
___________________________ ________________________________
Sem comentários:
Enviar um comentário