Eduardo
Barroso trava nomeação e pressiona ministro a retirar convite
Governo
reestrutura a dívida com o FMI
Não
há muito tempo, os menores particulares deste género, seriam pretexto para um
rol infinito de agressões políticas visando os papéis dos que governavam.
Histórias destas eram escalpelizadas, e bem, pelas oposições e daí até se fazerem
capas implorativas de jornais, era só um saltinho de pardal. Mesmo espavorindo
o senso comum, também havia p´ra aí uma academia de maduros cheios de bagagem, oposição,
imprensa, falantes das redes sociais, que logo vinham a terreiro, apesar de
tudo bem, repito, mas na maior parte das vezes com trovadorias esmaltadas cujas
líricas acabavam sempre no desejo de que o então governo morresse de esgana. Incompreensivelmente,
tudo isso parece ter acabado, mas não por se estar a fazer diferente para
melhor. O que infelizmente não abalou ainda foi o jogo de interesses que então,
como hoje, se mantém glutão, qual coesão étnica, e a querer aplicar continuadamente
o seu veto a tudo o que possa mexer com as suas ciências pessoais e naturais.
Mas criticar esta atitude do senhor doutor não interessa posto que o mesmo também
deve ser socialista. Dito isto, fica-me a certeza de que a imparcialidade que
alguns arvoravam nesse tempo, agora não é mais do que um silêncio comprometido
e especialmente manhoso em tratando-se de não falar ou escrever criticamente quando
as forças políticas no poder são as das suas cores. Futricas do governo,
continuam à farta, some-se então o último exemplo quando ontem, aí pelas seis da
tarde, enquanto o mundo chorava David Bowie, António Costa e Centeno
reestruturavam a dívida portuguesa. Ninguém viu, ouviu ou leu na altura certa, o
que desde logo é comportamento altamente ‘democrático’, mas o que já se conhece
é que o pagamento grosso que falta fazer, virá lá para os anos em que não se sabe se o governo ainda será do PS.
Mas não importa; quem vier a seguir que pague a conta. Jornais a falar disto,
nem pó! Não se discutiu nada em público, mas se fosse com os outros até a
Natureza já tinha sido insultada.
Quanto à academia de que antes falei, nem me dou ao trabalho de condená-la à exclusão,
disso já há muito tratei pois bem lhe conheço a prosápia só comparável à das
estátuas não célebres. Não dizem nada de jeito, resumem-se ao grupo do elogio
mútuo. Se és do meu partido, calo-me, se não és vocifero! Da imprensa que
esconde o que lhe convém, direi apenas que é tipografia barata feita por
aprendizes de tituleiros. Se ontem blasfemava, e bem, hoje deveria ter igual
conduta. Também lhe assentava que nem uma luva, mas pelos vistos não lhe convém
e eu já percebi que quando assim é, chega sempre atrasada (quando chega) à
importância das coisas e da crítica. Passos e Costa? Não muito diferentes, o
que mudou foi a gazeta do dia, mais a febre podre dos apaniguados e também a
fétida maneira de agravar uns e desagravar outros. Vá-se lá saber porquê!
Mário Rui
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