Repórter TVI: "O Novo Muro" (LER
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“Os emigrantes portugueses no
Reino Unido já sentem na pele as consequências do Brexit. Foram discriminados,
insultados e até agredidos”. (TVI)
“A comunidade portuguesa no Reino
Unido está muito preocupada com o Brexit. Uma emigrante já foi mesmo vítima de
comportamento hostil, como relatou aos enviados da SIC em Londres”. (SIC)
Não sei quantos são os portugueses
radicados no Reino Unido. Mas sei que na Venezuela são mais de meio milhão.
Claro que no Reino Unido, os portugueses, arrisco, em número
incomensuravelmente menor do que na terra da nova aurora do socialismo do
século 21, têm sido espoliados dos seus bens, da sua identidade, da cidadania,
espancados, muitos com fome, outros sem medicamentos que lhes acudam às
maleitas, todos quase moribundos do corpo e da alma. A culpa é de quem? É da
fleumática realeza britânica, pois então! Destituiu de direitos humanos
essenciais toda esta gente lusitana. Malvados britânicos. Mas na Venezuela, aí
sim, não há muros, nem arame farpado, ninguém é expulso à força, amedrontado
sequer, as suas formas de sustento não foram destruídas, as suas casas não
foram roubadas. Não há presos políticos, tão-pouco. Se um ou outro forasteiro aporta
a Caracas, lá está um comité de boas-vindas, impregnado de boa-fé, para bem
lidar com os recém-chegados. Os que lá estão há muitos anos, pasmam perante
tanta hospitalidade das autoridades bolivarianas, dirigentes cuja primeira
regra de conduta da humanidade é orientada por princípios éticos. É por todo
este estado de coisas que as televisões portuguesas vão a Londres filmar a
realidade e escusam-se da viagem à República Bolivariana da Venezuela, sítio
onde tudo vai bem. Comunidade socialista inclusiva, sítio onde não há dramas
televisivos. Ademais, se lá fossem, até podiam era suscitar protestos públicos
dos venezuelanos e portugueses, algo que certamente deslustraria as credenciais
internacionais dos perpetradores bolivarianos de hoje. Isso não, não o façam,
pois se a felicidade parece estar por lá irrevogavelmente instituída, vão antes
para Londres e mostrem ao mundo os que neste sítio querem apagar o passado dos
nossos emigrantes, negligenciar-lhes o presente e cortar-lhes o futuro. Gastem
recursos, dinheiro e muita vontade, tudo à farta, mas vão a Londres, nunca à
Venezuela, meus tristes jornalistas da pacotilha! Assim contentam a vossa
clientela pagante, mas nunca esqueçam que a razão por que a vida de alguns
povos é mais repleta de sofrimentos do que de alegrias, resulta em muito da
vossa incapacidade inferior para o jornalismo, para o conhecimento e em
particular da vossa falta de solidariedade!
Mário Rui
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