Se,
de noite, deitado mas desperto,
Na
lucidez inútil de não poder dormir,
Quero
imaginar qualquer coisa
E
surge sempre outra (porque há sono,
E,
porque há sono, um bocado de sonho),
Quero
alongar a vista com que imagino
Por
grandes palmares fantásticos,
Mas
não vejo mais,
Contra
uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que
Lisboa com suas casas
De
várias cores.
(Fernando
Pessoa)
Mário Rui
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