Afinal
era tudo coisa fatela
Podemos
ir descansados para a praia. Aquela coisa sem importância acontecida em Tancos,
foi afinal safra de um qualquer zé-pereira cativado apenas pela regra de
parasitar nas arcas militares. O malandro entrou, viu o que havia e, pelos
vistos, bem observada a incursão, lá dentro tudo era verba espatifada por
coisas que não tinham nada a ver com a militança! Tudo não passou de desvio de
material obsoleto, diz o Chefe do Estado-Maior, ou talvez menor, sei lá. Costa
regressou de férias e a nuvem que pairava, o mistério ondulante, ficou
esclarecido. A primeira coisa a deduzir do que lhe ouvi, é que não tendo
Portugal razão para recear no continente a invasão armada de inimigo sem um
aviso prévio, o roubado não faz falta. Assim sim, faz-nos falta é quem persista
em só ver paisagens cor-de-rosa. E enquanto as preocupações do País assim se
tratam, podemos estar sossegados pois tudo isto é mero assunto de poema. Com
tanta banalidade, o que me chateia é que seja a imprudência a fazer-lhe
companhia. Companhia, às armas, volver ao folguedo. Viva a anarquia em que
tombámos!
Mário
Rui
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