Não
me contem mais tonilhos. Só as massas é que são fáceis de impressionar e começo
a ficar farto das manifestações, dos dizeres que se conservam por muito tempo
neste pouco agradável status quo. Não me julguem mal, mas se alguns acham que
isto é receita infalível para chegar a um resultado, então devo dizer que
estais redondamente enganados. Não é, seguramente. Primeiro, porque os biliosos
a quem ainda não nausearam estes ingredientes, vão acabar tombados pelos ventos
mal cheirosos que lhes sopram dos próprios arrabaldes clubistas. Depois, porque
a clubite cega desinquieta-os, tenta-os, atrai-os, inocula-lhes um veneno de
tal modo paralisante que só lhes dá para estas exibições coreograficamente
montadas em bancadas alheias e fanáticas. De fazer estalar de riso a parte
sensata que observa estas mal agouradas procedências da animosidade ao Benfica!
O que é demais, é moléstia, empata a venda, mas pior ainda são estes ânimos
assim dominados pelo ódio, ou talvez pelo receio, tentando descobrir vestígios
do que ardentemente esperam. Morteiros sobre o Benfica? É isso que querem? Oh,
desapontamento! Contentem-se em saborear o equívoco. E quanto às observações
críticas e sonoras exclamações que vos ouvimos, quanto à porção de prazer que
julgais infundir no vosso auditório, esse pitoresco com que por aí se intruja,
nada eu conheço de mais fugaz como esse fogo-de-artifício. Confundis tudo,
desenhais sumariamente!
Mário
Rui
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