Correu bem a noite da passagem de ano
2018/19 em todo o país. Aplaudi a saída mas também a entrada. Quem não gosta de
noites destas é um certo jornalismo, trazido por um Correio que costuma vir
logo pela Manhã, já que não houve maneira de lhe chegar uma ideia, um alvitre
para mostrar uma reportagem sensacional. São escassos os acontecimentos sensacionais
em noites de fim de ano. Passam-se horas e horas sem que surja um roubo, um
gamanço, um golpe de asa, um desfalque, um crime, um homem que bata na mulher, uma
mulher que mate o homem, um cão que passeie o dono pela trela, enfim algo que
possa despertar a opinião pública. E não é que se esqueceram que 2018 se havia
finado e 2019 só vinha no ano seguinte? E que grande caixa teria dado este
facto.
- A vida é feia, a vida é triste! Se
não há acontecimento, faça-o acontecer - diz o chefe de redacção, a dar
estalinhos no céu da boca, ao repórter.
Sossega-o o repórter;
- Calma chefe, felizmente tudo se
esclareceu hoje. Está para breve a invasão de Portugal ao México. Estou já
a caminho.
Mário Rui
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