“Se
desconfiarmos que alguém mente, finjamos crença: ele há-de tornar-se ousado,
mentirá com mais vigor, sendo desmascarado.”
Ministério
Público e PJ encontraram indícios de que o hacker Rui Pinto entrou nos emails
de procuradores e de funcionários da Administração Interna. Terá acedido
igualmente a dezenas de outros endereços electrónicos do Ministério da Justiça,
inclusivamente do juiz Carlos Alexandre, aos segredos do processo da Operação
Marquês e ao processo BES. E, se assim for, mais uma vez é necessário, creio,
demonstrar o tamanho da fraude perpetrada em nome da suma “transparência”
trazida à estampa por um qualquer manhoso arauto da verdade. Coisa estranha, a
informática, o hacker e sobretudo quem o apoia. Em particular essa gente que
mostra uma sensação de regozijo com a suposta superioridade moral do dito, como
se a justiça final ficasse ao cuidado deste novo pirata disfarçado de “fiscal”
da transparência. Um sujeito sério, se quiserem até um pirata informático, dou
de barato, vale por aquilo que a sua conduta evidencia, não pelo que agrada a
umas línguas soltas dizer sobre os seus (perigosos) processos de invasão
alheia. É pena que esta constatação ande muito ignorada no país das bravatas
digitais onde a retórica sensacionalista parece valer mais que os actos
concretos. E isto porque os discursos verborrágicos dele e os de quem o acha
digno de grandes feitos, valem mais do que o conteúdo dessas mesmas pessoas. E,
já agora, a fim de examinar o título de herói que alega ter ou que outros lhes
atribuíram, alargue-se pois a investigação a todos eles. Talvez assim
ficássemos esclarecidos a propósito dessa “Brigada Única da Verdade”.
Mário
Rui
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