Coisas que a um rapazinho de bom
tom fica bem saber, ou seja, marcas de alta e baixa-costura.
A primeira é a da minha terra, a
segunda não faço ideia de onde vem.
A gente às vezes tem destas
incongruências; desprezamos as únicas coisas que sabemos muito bem a que fim se
destinam e damos vista fina a outras que, mesmo não percebendo para que servem,
bem melhor estariam ao lado das primeiras, mas com o perdão destas. O que vale
é que vivo em sítio com sol de manhã, sol durante o dia, sol à noite e solidó
p’ra dançar e tocar concertina se nos apetecer. Mas sobretudo vivo em terra de
‘cultura’ de arroz, e gosto, fugindo sempre a sete pés de outras ‘culturas’
porque não sou intrujão. O que é o solidó? Lá está, se não sabem é por causa da
tal ‘cultura’ de que antes vos falava, ou da falta dela, pois, muitas vezes,
era apenas sol-e-dó e sem concertina.
Mário Rui
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