Enquanto
uns dizem que a culpa é da justiça, outros, e muito bem, chamam os bois pelos
nomes. Mas o que importa aqui realçar é o facto de os primeiros, quando assim
falam, revelarem bem os tristes que são perseguidos pelo remorso ou pela
recriminação interior, que é sempre o primeiro estado de alma de uma má acção
cometida. E, em Portugal, deslocar deste eixo profundamente irracional e
trapaceiro a culpa própria, é como ficar eternamente no mesmo sítio, o descer
mais fundo na lama. A culpa é sempre dos outros, porque para esta gente, os
seus erros e defeitos mais parecem um pretexto para a próxima produção
artístico-política do que factos condenáveis e a escalpelizar. E, como a
qualquer um é lícito erguer a voz, protestar, fazer um gesto de raiva, é ao que
eu venho
Mário Rui
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