Passam-se
horas e horas sem que surja um roubo, um golpe de asa, um desfalque, um crime
de sangue, um homem que bata na mulher, uma mulher que mate o homem, um
acidente na estrada, um cão que passeie o dono pela trela, enfim algo que possa
despertar a opinião pública. Também ainda não tem data certa a invasão de
Portugal ao México. E daí que reste ao Correio da Manhã e à CMTV, a vacinação a
15.000 bombeiros. Prantem-se então os entrevistadeiros-tarefeiros à porta da
“vácina”, mais uma eloquência jornalística, e lá teremos intermináveis
ocasiões, dias a fio, semanas a caçar sons, imagens, palavras que nos
hipnotizem os ouvidos e olhos. Tanta fantasia e tão pouco sentido não fazem
outros pontos de vista que não sejam farsadas escritas e ditas. E a esta onda
de suposta informação junte-se-lhe aquela vaga de governantes que a cada nova
picadela, ou ao resto, mais não faz senão aproveitar o momento de delírio
eleitoral onde tudo é chinesice e desarranjo político. Já chega de tanto
pesadelo teatral e um certo recato, com menos buzinas e flautas, ficaria bem a
toda esta gente. Haja pachorra para tanta (des)informação que apenas serve como
fonte da eterna ignorância de muitos cidadãos.
Mário Rui
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