É,
é peixe que sabe à profissão de quem o pesca mas também às cores, à paisagem e
aos anos de vida de quem mergulhando no mais das vezes em colheita marítima agreste,
nem por isso desiste de lutar pela nitidez de uma existência ainda que
amolecida pelas rijezas deste quotidiano. Mesmo que feito de alguma descrença
em meses menos fartos, não deixa de ser um dia-a-dia de, ainda assim, cepticismos
risonhos tais são os costumes que habitam estas mulheres. Há instantes que não
se pagam senão com raridades. Suponho que estas últimas se vão inexoravelmente
perdendo pela chateza que os progressos lhes trazem mas, enfim, não as percamos
nós pois são estados de alma a legar aos vindouros. As imagens têm coração
quando esses instantes não nos desiludem.
Mário Rui
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