O Chefe de Estado afirmou não estar surpreendido com as 424 queixas de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica e considerou que não é um número “particularmente elevado” comparado com “milhares de casos” noutros países.
António
Costa lamenta interpretação “muito errada e inaceitável” das palavras de
Marcelo.
O
primeiro-ministro pretendeu assim prestar publicamente a sua solidariedade para
com o Presidente da República “e pessoalmente com Marcelo Rebelo de Sousa”.
Caladinhos,
os dois, é que teria sido bom! O primeiro porque não percebeu o âmbito do que
disse. O segundo porque percebeu muito bem o âmbito do que disse e assim
desarrumou “inteligentemente” o primeiro, tornando-se pois coleccionador das
asneiras de Marcelo. O que de resto lhe dá muito jeito, já que finge que está a
colaborar para algo que jura ser o progresso social, ético e político do país.
É por isso que às vezes temos de dizer coisas feias não porque elas brotem do
nosso estômago, mas porque são ditas por hipócritas moralistas de palanque.
Enfim, da tolice contra a razão, fundada nesta mutualidade de opiniões burras,
ficam as vítimas. Essas sim, devem pensar, e bem, que umas coisas escritas por
idiotas são para ser lidas por imbecis. Seria de uma ingenuidade atroz supor
que essas mensagens esgotam o conteúdo da ética como fundamento da moral.
Pobres vítimas, às dezenas ou centenas, a vida é tudo isto mas também é tudo o
mais se tiverdes coragem de denunciar os violadores e os que enfeitam o
ramalhete das blasfémias que se perdem no ar cheias de lágrimas de crocodilo.
Mário Rui
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