E
se um dia vos disserem que o mundo é só uma tecnologia, se vos repetirem que
tanta elevação é porta-voz do progresso, então perguntem ao mundo para onde foi
a neve que caía, o sino que repicava, a natureza crestada pelo Sol, o aroma dos
largos prados e também a alegria das águas mansas que corriam entre as ervas
altas. E se houver quem vos recite esses dias de apetite poético, então essa
voz será a mais imutável fortaleza de vetusta ciência. Ideal, mesmo ideal,
seria que, a haver dois mundos, com fins diferentes, um deles não baralhasse a
viril, nobre e bem ponderada argumentação do outro. Que caminhassem
paralelamente na civilização, um com o título de fabricante, outro com o nome
emblemático de mãe-natureza que é afinal coisa sã e cerrada de irreprimíveis
simpatias.
Mário
Rui
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