Pedem
mais e melhores meios, pedem tudo isto com a lógica da desgraça que ano após
ano se abate sobre eles e também sobre todos nós. A resposta que ouvem e sentem
vem sempre embrulhada na retórica dos lamentos ou, quando muito, nas galas das
linguagens que na suposição de mostrarem solução que se veja, mais cheiram a
tramóia política do que a recurso que apague aos primeiros instantes um Verão
repetidamente vermelho de fogo. Respostas em forma de um estilo falante
empolgado e guindado à gramática que, julgam, tudo vai resolver. Mas afinal
nada resolve posto que, tenho eu a certeza, fogo que arde não respeita
gramática. Fogo que arde só respeita os que o enfrentam no terreno, os que
sabem que não basta deixá-lo morrer; os que sabem que é preciso é matá-lo à
nascença. Calar-me-ia se me achasse a ofender as políticas que descarregam
fortunas sobre bancos e banqueiros falidos, mas não me calo porque não
incomodo. É que são exactamente essas mesmas políticas que depois contam
porfiadamente uns tostões que possam salvar da cratera abafada, mortífera,
aqueles que honradamente se atrevem a cruzar o caminho que leva á ladeira de
algum abismo. É isto que temos; poderes que dão galanteios a trapaceiros,
classe enfrascada em vigarice que deita a perder um país, e tristes desonras a
homens de singelo carácter. Havemos nós de honrá-los, aos bombeiros.
Mário
Rui
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