Indústrias
modernas (LER
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Eu
sei que sou um tipo com um eixo nervoso demasiado amolecido. Deve ser esta a
parte do meu eu que me encurta as vistas, embora, por outro lado, me ache
pessoa que gosta de dar a cada um, pelo diálogo e bondade dos simples, uma vida
independente de modo a que todos e quaisquer uns possam ser eles mesmos. Mas,
ainda assim, pese embora a dita curteza de visão, continuo um reaccionário no
que a algum espírito científico diz respeito. O que me vai restando de
conhecimento é quase uma vergonha tão pouco é o sumo que o reveste. No entanto,
sem querer incomodar excessivamente quem porventura assista à minha ignorância,
quero afirmar que da natureza, isso sim, percebo as paisagens, o mar, o céu, as
flores e por aí em redor. Chega-me, pois esta é a única maneira de acreditar
que todos os antigos meios de impressionar ainda não perderam a eficácia.
Quanto ao tal “admirável mundo novo”, não todo, mas em especial o da feira
franca das ciências e indústrias modernas que palpita de sensações mas em
particular de exóticas aspirações, dele fujo tal é a diversão de ritmos
impostos na procura de certos modos de vender. Pior do que isso, pergunto-me;
qual há-de ser a consequência lógica desta marcha? Não sei, mas por mim estou
dispensado de a curar pois nela não votei! Na consequência e muito menos na
origem dela.
Mário
Rui
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