Não
são os dias claros os que me aborrecem. São os outros, os que têm horas
cinzentas, os que são jardins impasseáveis, tão deletérios de forma como de
essência. E nada se pode fazer contra esta iminência de desprazer a que se
junta uma chuvinha incontinente, num esgar de tempo ruim. Só o Sol me parece
ser familiar de todos os convívios. Dias com horas cinzentas e molhadas são
incapazes de exprimir emoções por conta própria. Para aparelhar a coisa em
termos de êxito, só um riso de bom tempo ajudaria.
Mário
Rui
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