(21 de Abril 2017) “Os
emigrantes portugueses no Reino Unido já sentem na pele as consequências do
Brexit. Foram discriminados, insultados e até agredidos”. (VER
AQUI)
“A
comunidade portuguesa no Reino Unido está muito preocupada com o Brexit. Uma
emigrante já foi mesmo vítima de comportamento hostil, como relatou aos
enviados da SIC em Londres”. (SIC)
Não
sei quantos são os portugueses radicados no Reino Unido. Mas sei que na
Venezuela são mais de meio milhão. Claro que no Reino Unido, os portugueses,
arrisco, em número incomensuravelmente menor do que na terra da nova aurora do
socialismo do século 21, têm sido espoliados dos seus bens, da sua identidade,
da cidadania, espancados, muitos com fome, outros sem medicamentos que lhes
acudam às maleitas, todos quase moribundos do corpo e da alma. A culpa é de
quem? É da fleumática realeza britânica, pois então! Destituiu de direitos
humanos essenciais toda esta gente lusitana. Malvados britânicos. Mas na
Venezuela, aí sim, não há muros, nem arame farpado, ninguém é expulso à força,
amedrontado sequer, as suas formas de sustento não foram destruídas, as suas
casas não foram roubadas. Não há presos políticos, tão-pouco. Se um ou outro
forasteiro aporta a Caracas, lá está um comité de boas-vindas, impregnado de
boa-fé, para bem lidar com os recém-chegados. Os que lá estão há muitos anos,
pasmam perante tanta hospitalidade das autoridades bolivarianas, dirigentes
cuja primeira regra de conduta da humanidade é orientada por princípios éticos.
É por todo este estado de coisas que as televisões portuguesas vão a Londres
filmar a realidade e escusam-se da viagem à República Bolivariana da Venezuela,
sítio onde tudo vai bem. Comunidade socialista inclusiva, sítio onde não há
dramas televisivos. Ademais, se lá fossem, até podiam era suscitar protestos
públicos dos venezuelanos e portugueses, algo que certamente deslustraria as
credenciais internacionais dos perpetradores bolivarianos de hoje. Isso não,
não o façam, pois se a felicidade parece estar por lá irrevogavelmente
instituída, vão antes para Londres e mostrem ao mundo os que neste sítio querem
apagar o passado dos nossos emigrantes, negligenciar-lhes o presente e
cortar-lhes o futuro. Gastem recursos, dinheiro e muita vontade, tudo à farta,
mas vão a Londres, nunca à Venezuela, meus tristes jornalistas da pacotilha!
Assim contentam a vossa clientela pagante, mas nunca esqueçam que a razão por
que a vida de alguns povos é mais repleta de sofrimentos do que de alegrias,
resulta em muito da vossa incapacidade inferior para o jornalismo, para o
conhecimento e, em particular, da vossa falta de solidariedade!
Mário
Rui
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