Anda
um homem a tentar livrar-se de cercas e acaba nisto. E eu que gosto da ilusão
da liberdade, o melhor que tenho a fazer, já agora, é pegar no ‘autoimóvel’ e
ficar em casa. Devia talvez, acima de tudo, impedir-me de pensar, mas com
cordas à minha volta é que não. Até parece que me serve para alguma coisa a
garantia da minha clandestinidade. Cordas, a quererem travar risos e conversas,
mais um pouco de uma coisa e outra, na quietude, mesmo que afastada, das velhas
amizades? Não, assim não. Nunca fui capaz de perceber no mundo os movimentos
imóveis, nem sequer os pleonasmos. No areal da praia só desejo uma coisa; que
me deixem à solta e que não exijam muito de mim. Portanto, se este ano for com
cordame, precisarei de outros movimentos para me convencer. De resto, como é
possível fazer o que não se compreende?
Mário Rui
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