Traços
de um roteiro feliz
A
Torreira estava sempre do outro lado. Mas, a 22 de Junho de 1964, caíram as
barreiras que limitavam esse horizonte. E, quando aberta a passagem, os sonhos,
vontades e pretensões e até os amores, passaram a ter ante os olhos, e de modo
mais fácil, o espaço grande das areias e do mar por onde mergulhar a vista e o
prazer. Gerada também com o concurso do nosso coração e construída por quem
percebeu que não se podia ir eternamente à toa da corrente, substituiu a
“Lancha da Torreira”. Esta, igualmente com história, porque foi outra expressão
formal da Ria, em fim de vida acabou por se encerrar na sua simpatia pelas
inovações benfazejas. Fechava-se um ciclo de existência pitoresca ornada de
imagens plasmadas no ondular penetrante das águas e começava um aceno de
olhares e circunstâncias feitas lá do alto da travessia. Lancha e ponte, ainda agora
nos avivam a memória da tradição amiga e da prática do progresso então ansiado.
Mas hoje, é a Varela quem faz anos. E, pelo seu incontestável abraço que une
margens, só lhe devemos dar os parabéns por estar sempre presente e pronta,
oportuna e necessária às passagens para uma e outra banda.
Mário Rui
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