A
estátua do Padre António Vieira, em Lisboa, foi vandalizada. (AQUI)
Querer
apagar a nossa história, a boa e a má, é próprio de gentalha curta de ideias e
de factos. É cunho de imbecis de escasso miolo na tola que mais não querem
senão apagar os passos do nosso caminho, os documentos da nossa acção, os
pedaços da nossa vida. A não ser avultando o que de relevante tivemos ao longo
de 841 anos de nação, pouco mais restará capaz de preservar essa contribuição
da inteligência, do progresso e do civismo nacional. É essa história relevante
que faz prosperar o Estado, moraliza a sociedade e honra o país. Até a que foi
deixada no nosso espírito como tendo sido desonrosa, porque também a tivemos, e
não nos enobreceu nem teve ideal justo que a norteasse, deve ser mostrada e
devidamente explicada. Nunca tendo demonstrado grandeza de que nos possamos
orgulhar, serve, hoje, no mínimo, de lição para que saibamos o que foi a
estupidez, os desmandos, os crimes e a as vilanias que a caracterizaram. E
serve em especial, mas com o raciocínio largo e iluminado, para que nos
apoiemos nessas tristes realidades de modo a que não mais regressemos a tão
calamitoso tempo em que o céu português era escuro como breu. Essa é a razão
pela qual discorro sobre a nossa história, a boa, mas também sobre a má, posto
que há gente que a quer ceifar a esmo julgando que ambas nunca existiram. E
então quando querem decepar sobretudo a boa, já estamos a falar de idiotas que
apenas se rebaixam ao nível de certos animais, grandemente orelhudos, idiotas
que, na escala zoológica, lhes são muito inferiores.
Mário Rui
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