As ventosidades que têm muitas
certezas estão sempre a tentar mudar o tempo enquanto que as que não têm tantas
certezas procuram transformar-se a si mesmas. Descansem os mais novinhos porque
não estou a falar de outra coisa que não seja a brisa que passa e hoje forte. E
falo-vos também dos balõezinhos e dos moinhos de vento que vos sopram na cabeça
fazendo-a andar à roda. É por isso que depois flutua na atmosfera um aroma
bilioso e jactante, com um cheirete pegadiço encharcado de essências
pataqueiras. A idade viçosa tem disto, acolhe sempre os “grandes” concertos de
pássaros cantantes. E por cima de mim são tantas destas as aves que voam
desafinadas que, cantigas delas, leva-as o vento. Assim, nunca mais te vais
verde mocidade. E não te vais só por causa do espírito servil de imitação,
característico dos temperamentos juvenis e muito mais das educações
rudimentares. Hoje, o vento está forte, e os espíritos aéreos são os que têm a
sua morada essencialmente no ar.
Mário Rui
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