“Por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Mulher, a CIP-Confederação Empresarial de Portugal realiza, no dia 08 de março às 09h00, uma conferência digital onde o palco será de homens. O objetivo é desmaterializar o Dia da Mulher, celebrá-lo como um legado histórico e não como um dia de luta. Pretendemos discutir, entre líderes masculinos, o que trava a ascensão de mais mulheres a cargos de gestão”.
Certamente
que sou eu que estou errado na análise. Mas, que diabo, para tratar de assuntos
de mulheres, não deveriam os homens, que tanto gostam de dormir acompanhados,
de levar à conferência muitas mais ao invés de uma única? É que a coisa assim
organizada faz-me lembrar aquele fervor de antigos guardadores de águas que em
vez de cuidarem da margem do rio, só pensavam em pôr o rio à margem. Mas não
liguem ao que digo, estou velho e cada vez mais menos percebo deste mundo. Já
fico contente em tão-só saber que ainda posso abrir as janelas para fazer
entrar ar, esse precioso gás que, apesar de às vezes não ser muito puro, vem a
mim sem dependência de o ter de perceber. O meu mal é justamente abrir os
vidros para fazer entrar outros ares que não entendo. Agora imaginem que teria
de os compreender, ou aceitar, a esses ares do novo existir, e hoje já estaria
maluco. Tenho muita preguiça de fazer o que não devo, felizmente. Esse deve ser
o meu pecado imortal e vai comigo para onde eu for. Na rua, já ouço a rapaziada
gritar «olha o balão!», como nas noites de Santo António. Mas que diferença de
realidades!
Mário Rui
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