Já
cá faltava mais um, o Facebook, e então ei-lo a juntar-se aos Big Brothers já
existentes que observam as massas através das "tecnologias", ou como
se diz, através do "buraco da fechadura". Desta vez calhou-me a mim
e, manhosamente puritano, o FB apagou-me uma foto do holocausto nazi porque a
imagem ‘tem cenas que podem ferir a sensibilidade de algumas pessoas’. Como se
mostrar o extermínio de milhões de inocentes às mãos de facínoras não fosse um
acto útil e não tivesse sido um dever. Neste caso, ferir a sensibilidade de
alguém é não querer, como faz o FB, dar a conhecer os que foram assassinados
porque sim, os anos chorados de tanta viuvez, o pranto que já não era só de dor
pelos soluços do coração, mas da certeza de uma infelicidade eterna. E se ferir
susceptibilidades é não querer mostrar os horrores das vítimas oferecidas ao
sacrifício mortal, então pouco ou nada aprendemos com a história dos carrascos
que melhor a personificaram. Talvez até venha daí a persistência dos que ainda
hoje, sem pau nem pedra, continuam matando a esmo e com testemunhas de vista. E
depois vem o FB, electronicamente, pois claro, esconder o trágico dos mortos e
dos sobreviventes porque afinal não quer, e nem sequer sabe, como enxugar-lhes
os olhos com beijos e lavar-lhes as faces com sentidas lágrimas. Vai à merda
Facebook mais o teu altruísmo verdadeiramente excepcional.
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