Ou
tudo ou nada! E na praia, sai também de cena o arame farpado e a baioneta?
António
Costa, em 29 de Julho, e após ter andado mais de um ano a tratar-nos a todos
como tolinhos e irresponsáveis, diz agora que «Temos de assumir de uma vez por
todas que a população é responsável e adulta e, portanto, não é o Estado que
tem de andar a definir a régua e esquadro qual é o número de pessoas com quem é
preciso usar máscara.» Tratemos então com respeito entidade que, se alguma
coisa prejudica, muito mais ainda remedeia, mas tarde e a más horas. E, como são
mais de 10 milhões de bocas (4.917.794 homens e 5.430.098 mulheres, não vá
alguém acusar-me de fazer discriminação de género), que se calam, de direitos
de que se não valem, de vontades aniquiladas pela ignorância ou pela
dependência, cuidem-se todos porque abandonar a régua e o esquadro será salvar
Portugal. O Governo passará a fazer os seus avisos, as suas leis, os seus
decretos, numa forma que, elucidando os interessados pelo pitoresco recorte das
suas frases, sem material de traçar linhas retas ou ângulos perpendiculares,
chame a curiosa atenção de todos. Pronto, a regra agora é que cada um absorva
oxigénio e exale gás carbónico e vapor de água nas proporções que muito bem
entender, já que o Estado, a que chegámos, dispensa por completo tanta minúcia
arreliante, como nunca antes o tinha feito e vá-se lá saber porquê. Talvez,
tudo isto, por um cómico encher de boca deste Estado ou pelas contradições e
ninharias que lhe povoam o cérebro ou, quem sabe, por causa de um autoritarismo
confuso que somente consegue revoltar. Por mim, vou mais por esse banzé
fenomenal que representa o testemunho cabal da incoerência de certos
“estadistas”, criados por um lamentável engano de agulhas no caminho de ferro
da celebridade!
Mário Rui
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