Em
busca do sentido
Quando
o sorrir era consolo no desconsolo.
Os
que trilharam verdadeiramente esse caminho, e infelizmente foram muitos, pouco
espaço tiveram para falarem da sua própria existência e do propósito das suas
vidas. Aceitar o infortúnio e tornar-se parte deste, ia até ao ponto de deixar
de percebê-lo. Pergunto e torno a perguntar porque razão esta vida era um
processo de resistência que se prolongou por tantas décadas. Para escapar ao
confinamento da pobreza e ao “feitiço” e ilusões desse tempo, os remediados
pouco ou quase nada podiam fazer. Aceitava-se a cegueira social dos mandantes,
pois diante das injustiças, só se podia sucumbir à desesperança. Diminuir o
homem, ou a mulher, foi a exagerada medida de que alguns se serviram negando a
luz no meio da escuridão aos que mais precisavam de claridade. A verdadeira
escuridão estava muito próxima da dor, mas poucos a quiseram perceber. Era mais
fácil deixar os pobres desatinados e sem entenderem o enredo de então e o seu
final. Esquecer isto, nunca mais. Os pobres morriam de fome e alguns
governantes de antanho iam morrendo de medo pardo. Lamento é que um engano que
ainda persiste é o de que “antigamente é que era bom”. Até parece que havia um
país digno de ser vivido.
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