Autarcas
não sabem do dinheiro dos donativos para incêndio de Pedrógão (LER
AQUI)
A
ser verdade, coisa que não me espanta, tantos têm sido os casos idênticos, já
só apetece é perguntar: povo, o que fazes tu realmente para que não te tratem
como um idiota, nem julgado de idiota? Povo, será que ainda não percebeste que
há neste país uma regularidade pendular de vigarice feita por intrujões com
diploma? Povo, quando esta gente te bate à porta e tu perguntas - “quem bate
lá, é a dona esmola?”, deves logo perceber a resposta, mesmo que ela te pareça
solidária -“não; é a exploração da tragédia”. Acredito que a dádiva de quem
contribuiu foi acto que significou profundeza de gesto, mas acredito ainda mais
que há uns ‘guardadores das conveniências dos outros’, que não passam de uma
simples equação que se faz com dois termos – enganar o próximo e amealhar lucro
pessoal. E nisto há uns piores do que outros; que haja melhores, não acredito!
Neste país, quando se trata de dinheiro, sempre falamos das ocorrências banais
da véspera, ou então dos casos prováveis do dia seguinte, o que é pena. Sempre
coisas escuras como escuro foi o fogo de Pedrógão e sobretudo o tenebroso de
vidas inteiras de trabalho que num grande ar de calor se desmoronaram. Das
ceifadas pelo fogo que lhes roubou venturas sonhadas, ficaremos sempre com a
sensação de ter sido vivido um mundo irreal. E não quero com isto afirmar que o
dinheiro se esfumou por completo. Pretendo só vincar que se tudo isto fosse uma
razão para não falar, muita gente falsa estaria a coberto de desconfianças
fundadas.
Mário Rui
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