E então fui ver a chuva grossa. Levei com ela
e foi curioso pois não sendo este tempo coisa que me afine a alma, molhei-me
sem opressão estranha. Instantes breves, não fosse a clausura perguntar-me: -
donde vieste? em que penas e em que pensas? Dir-lhe-ia que tinha vindo do sítio
onde agora as situações são apenas narradas em vez de sucedidas, de penar por
não acenar nem chamar ninguém e a pensar em quem anda errante no mundo semeando
tormenta. Molhei-me, pelo travo amargo dos dias, mas sentindo o desejo de voar
para o alto dos meus melhores passados. A liberdade é um abraço, um vigor, nem
que seja de chuva!
Mário Rui
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