Os
portugueses parecem estar mais felizes e satisfeitos com a vida quase dois anos
depois do início da pandemia de covid-19, sugere um estudo divulgado hoje que
aponta níveis de felicidade melhores até do que em 2019. Esta é uma das
conclusões do mais recente estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa, da
Universidade Católica em Lisboa, que se debruçou, entre outros temas, sobre os
níveis de felicidade e satisfação dos portugueses. Realmente eu devo pertencer
a outro mundo ou a outra galáctica maluca que me põe invariavelmente a cabeça
quase liquefeita. Mas nervos à flor da pele, atentados, rebeliões, moléstias,
pandemias, mortes a rodos, calamidades várias, injustiças sociais e outras
tantas misérias fazem subir níveis de felicidade e satisfação dos portugueses?
Então, assim sendo, não seria justo que se criasse uma filial aqui na Terra, para
que os fiéis destes dois anos de “bem-aventurança” se fossem já acostumando ao
Paraíso? É que por este andar ainda acabaremos por achar que tragédias são
eventos maravilhosos. Parece que para hoje estava preparada mais uma dessas
“felicidades”; um jovem de 18 anos foi detido pela Polícia Judiciária, suspeito
de estar a preparar um atentado terrorista na Universidade de Lisboa. Será que
há da minha parte um vislumbre de não perceber que felicidades são estas ou
será Portugal um país irremediavelmente perdido em infelicidades ditas,
escritas e depois produzidas?
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