Sobre
os que precisam de menos cinquenta anos de idade, ou então de mais cinquenta de
reflexão. Afinal quem lidera o governo?
E
nós a vermos passar os aviões!
De
facto, nem o Presidente da República, nem os comentadores, nem os jornalistas,
nem a oposição e muito menos o povo inteiro têm o direito de perguntar se o
primeiro-ministro sofre de alguma desordem espiritual. É obrigação de todos
deixar-se levar para onde ele os conduza, sem cogitar se ele por sua vez é
guiado pela ordem divina ou pelo caos demoníaco. Que presunção! Que despreparo!
Que falta de liderança! Mas também se não tivéssemos bons, ainda que poucos,
jornalistas para nos defender da tentação, até nós, simples eleitores e fiéis,
ousaríamos questionar a infalibilidade da bússola pensadora presidencial. Já
quanto ao ministro do ferro-velho, dizer que esse homem é caótico politicamente
é excesso de indulgência. O mero caos interior não leva ninguém a esse
paroxismo de auto-adoração blasfema. E não me contem mais histórias; o
acontecido foi a expressão franca da convicção bruta, simples e directa que um
indivíduo tem sobre si mesmo. Ele não precisa de perdão: inocente como o
próprio xerife, o ajudante de xerife entra no recinto sagrado de cabeça
erguida, pronto para receber o indulto. Como direi? De igual para igual. É que
dava-me jeito, reunindo tudo o que sei, ficar ainda a saber que preciso de
aprender tudo de novo, menos o método de passar por estúpido! Era só para
imaginar o futuro. Sim, porque política assim feita, não tem horas certas,
sendo da sua índole não saber nunca a quantas anda.
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