“Discurso do primeiro-ministro coloca
Portugal no país das maravilhas”
“O primeiro-ministro de Portugal,
António Costa, disse, em discurso, na noite de domingo (25), que há razões para
os portugueses terem confiança, apesar do cenário de incerteza internacional,
salientando que a trajectória de redução do défice e da dívida coloca Portugal
“ao abrigo das turbulências do passado”. Um discurso marcado pelo auto-elogio e
pelo optimismo excessivo, que contrasta com as crescentes dificuldades vividas
pela população, atingida pela inflação e pelas carências na habitação, na saúde
e na educação, entre outras”.
Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro e,
já agora, Sua Excelência Senhor Presidente da República, seu assessor.
Se há um prazer em celebrar o
"distinto mérito" de um contemporâneo, misturado com certo grau de
vaidade de todo indesculpável, em parecer completamente ilusório quanto ao que
disse, onde terei eu como encontrar alguém que possa elogiar e, com mais geral
aprovação, satisfazer esses sentimentos? É que as pessoas simples não páram de
confundir com notícias o que leem nos jornais ou veem na TV. O mundo, meus
Excelentíssimos, eu descobri que é um grande tolo, em especial quanto àquele
particular sobre o qual se tornou necessário falar de maneira ardilosa. E,
embora eu diga nada mais do que a verdade, ainda mantenho na cabeça que nem
sempre se deve expor toda a fantasia. Esta última, entretanto, administrei-a de
modo a não ocasionar diminuição alguma do prazer que as Vossas acções deverão
proporcionar a alguns, embora as próprias patranhas possam muitas vezes ficar
desapontadas por não poderem satisfazer-se. Solicito permissão para expressar
os meus mais “calorosos agradecimentos” àqueles que se dispuseram a
desfavorecer-me com comunicações e conselhos, tal é o modo como V.Exas. querem
conduzir a minha vida, mas não sem antes dizer-vos que não me é nada útil ver
as fraquezas que acompanham as Vossas mentes. De resto, guardar seja o que for,
com intuito de deixar rasto, é coisa que não faço. Tão-pouco me preocupa o
destino daquilo que escrevo, pois não somente me escasseia a vaidade, como já
vivi o suficiente para me aperceber de como, à excepção de uns quantos
verdadeiramente notáveis, é ilusória e passageira a fama de quem faz
malabarismos circenses.
Recebam, meus Caros Senhores,
Do vosso “amigo”, infiel mas humilde
servo por imposição, um muito obrigado postiço pela “abundância” dos Vossos
corações.
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