Uma das coisas verdadeiramente interessantes que se pode fazer por uma tradição é levá-la à prática. Sobretudo porque esquecer coisas antigas e antiquadas não é grande prova de bom futuro. E acresce ainda o facto de tradição ser também meio carregado de sentimentos parceiros. E quanto a provar outros passados, afinal o vinho novo foi produzido com a colheita do Verão anterior, cada um saberá como tratar desses decilitros.
A
11 de Novembro de 1959, dia de São Martinho, o Diário de Notícias publicava
esta fotografia, referindo que os magustos, «segundo as normas clássicas, têm
por base a castanha assada ou cozida, que à maravilha se casa com o néctar das
cepas a fulgurar e a crepitar no bojo das canecas e das taças».
É
verdade, o repasto pede bebida para não embuchar.
«Em
dia de São Martinho prova o teu vinho, assim proclama o adagiário que diz
respeito a Novembro e assim a recomendação é cumprida, na generalidade, pelo
vinicultor amador que se preza de ter vinha ou mesmo parreiral em quintelho.»
Observações
multisseculares mostraram aos produtores de vinho ser esta a época precisa para
provar o produto, após a vindima, a pisa e a sazão do mosto.
«Mas
que isso ritualmente seja feito sob a égide do bom São Martinho, santo por de
mais austero e abstémio, é que não se atina com facilidade.»
Mário Rui
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