Não sei se o Sol é para todos, mas
gostava que assim fosse. Que a todos juntasse auréolas, assim quentes de
recordações, porque há janelas por onde ele entrar que valem um tratado de
felicidades e com poemas íntimos e inteiros de delicados sentimentos. Se chega
o ocaso de laranja pintado, com ele vem o horizonte dos pensamentos que nos
coroam as paisagens longínquas do que já fomos. Até o quente da noite pelo que
ficou do soalheiro do dia faz jus à sua fama de boa conselheira. E quanto mais
cálida, melhor. Aflora-nos uma idiossincrasia que mais não quer senão que a
sigamos com a vista e o pensar. Precisamos do sol para com ele lidarmos todos
os dias em gestação mental de modo a fazermos do bem-estar um som que reclama
um eco. Frases cortadas, exprimindo muito, mas deixando ainda mais a adivinhar.
Amanhã, precisamos de novo do Sol!
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