quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O que faz falta

A propósito dos mais recentes desenvolvimentos que pioram o já débil estado do nosso país – e não estou a falar da Casa dos Segredos – parece-me de extrema inutilidade e alguma estupidez falar da previsão meteorológica para amanhã. Por isso, como o caso é sério, talvez seja uma ideia gira dar-vos a minha opinião sobre aquilo que eu acho que faz falta ao nosso país. E mais uma vez não falo da Casa dos Segredos ou da Júlia Pinheiro.
Aquilo de que Portugal precisa mesmo é de homens capazes. Em termos técnicos, Portugal precisa de Líderes (não de Engenheiros, percebem?!) É isso mesmo! Vamos lá clarificar as coisas. Um líder é alguém que, com os seus valores, carácter e qualidades pessoais, consegue atrair um grupo para as suas ideias, motivando-os para a concretização de um objectivo que se pretende comum. Compreendido?
Não será difícil constatar, portanto, que temos assistido, em Portugal, a tudo menos a um consenso generalizado no que toca às diferentes áreas de actuação e decisão. E parece-me que é esta falta de consenso e esta divisão no seio da sociedade que nos arrasta para o abismo. E, ao contrário do que se possa pensar, este défice de credibilidade nos pseudo-líderes que (não) nos lideram, estende-se a todos os sectores, não apenas ao político: do empresarial à justiça, da saúde e educação à segurança.
Liderar está longe de ser uma imposição. Aproxima-se mais em conseguir que as pessoas, num determinado contexto, façam o que não querem e, mesmo assim, gostem de o fazer. Só assim se consegue consenso, motivação e empenho que, estou certo, mudariam o actual estado do nosso país. Não é difícil perceber, portanto, que se alguém nos fizesse remar a todos no mesmo sentido, talvez o sacrifício não fosse tanto. O que é o mesmo que dizer que talvez a minha mãe não tivesse que se sujeitar a um valente corte no ordenado!
Tome-se o caso paradigmático de Liderança que é o de José Mourinho. Ou o de Barack Obama. Carácter, meus amigos, carácter! É preciso mudar o que está mal, sim senhor, mas talvez não seja mal pensado começarmos pelos valores éticos que, enquanto governados, devemos exigir aos que nos governam. Acabaram-se os tempos do sebastianismo ou da esperança infundada de um líder salvador que nos livre disto. Não se nasce líder. Fazem-se líderes.
Júlia Pinheiro a primeira-ministra, se faz favor!
Rui André de Saramago e Sousa da Silva Oliveira