terça-feira, 30 de julho de 2013

FESTANÇAS COM TELEVISÕES A PRETO E BRANCO




‘Pegas das celebridades’ e ‘Danças com estrelas’ - novos programas? televisivos

Apenas e só um excremento do mundo real, um péssimo adereço decorativo. Como estas, há muitas outras televisões onde o que vale é a irrealidade da sociedade real! Esta alienação, para quem a quer ver, é a essência e o sustento de algumas televisões que explica uma grande diversidade de fenómenos que são uma afirmação da aparência, eu sei lá se não são mesmo a negação de toda a vida humana. Triste espectáculo que se apresenta como algo grandioso, positivo, indiscutível. A traiçoeira mensagem que nos oferece é a de que “o que aparece é bom, o que é bom aparece». Pobres televisões que se banham indefinidamente nas suas próprias mentiras. Pobres espectadores, cujo fim de fruição não é nada, é só um mundo hipnótico. Espectáculos que são herdeiros de projectos de entretenimento pouco sérios. Ainda que paulatinamente falidos, deveríamos ter sido todos, mas mesmo todos, educados no sentido de não permitirmos esta vida concreta que se degradou em universo especulativo. Ainda que tivesse sido à força! Teria valido a pena e jamais assistiríamos ao exílio dos sentimentos dos verdadeiros espectadores e, assim, poderíamos hoje dizer que representações destas mais não significariam senão o nosso desejo de dormir. E nem sequer é minha intenção fazer juízo de valor sobre a arte tauromáquica. Esse é outro assunto. Porém, devo dizê-lo, estou decepcionado com a cobertura dada pelos verdadeiros amantes das lides taurinas e também com as palmas dos genuínos aficionados da festa brava. Misturaram alhos com bugalhos, permitindo assim que uma arte especializada, goste-se ou não, se tornasse por horas numa desarmonia de preceitos para fazer como é devido. Desarmonia que infelizmente voltou a assomar quando um toureiro quis dançar, outro penoso programa televisivo, no "Dança com as Estrelas", acabando prostrado com graves ferimentos. Televisão, televisão narcótica para que te quero se muitas vezes o ‘permitido’ se opõe ao ‘possível’? Só quero que o toureiro recupere rapidamente. É devido a qualquer um! Quanto às televisões, acho que jamais vão recobrar! Continuam a preto e branco.

Mário Rui

domingo, 28 de julho de 2013

Desilusões





























Uma desilusão chamada Soares e a vã tentativa do trabalho voluntário “beneficiente” de massas
 
Mário Soares em entrevista ao i (VER AQUI) 
 
“Estou desiludido com Seguro”
 
Ora aí está o solene aviso dos senadores da república do “faz-de-conta”: ou Seguro cumpre escrupulosamente a receita traçada pelos obreiros da colmeia senatorial ou, se começa a pensar por si próprio, é corrido sem honra nem glória. Que se acautele o líder do PS pois os ‘recados’ estão dados. Agora que decida. Ou passa a ser a roda que recebe directamente o movimento da manivela e o transmite à mandada, ou é ele mesmo! Liderança é uma questão de escolha e não do cargo em si. E já agora, quanto às ditas ‘manivelas conselheiras´, será de bom tom lembrar o que disse Benjamin Franklin: «... faz sempre qualquer coisa de útil. Suprime toda e qualquer ocupação que não sirva para nada»
 
Mário Rui

sábado, 27 de julho de 2013

Os Privilegiados







































Gustavo Sampaio - 'Os Privilegiados'
 
“Há conflito de interesses na actividade de muitos deputados”
 
Jornalista investigou durante oito meses as actividades paralelas dos deputados e os cargos dos ex-políticos nas empresas do PSI20.
 
Pacheco Pereira disse que o livro de Gustavo Sampaio equivale a “uma grande reportagem jornalística” sobre os privilégios dos políticos e ex-políticos em Portugal. Em “Os Privilegiados”, o jornalista Gustavo Sampaio - que trabalhou no jornal “O Independente” e na revista “Sábado”, tendo publicado artigos no “Público” e na “Exame”, entre outros – analisou exaustivamente o registo de interesses dos deputados em funções na Assembleia da Repúplica, a transição de ex-políticos para cargos nas empresas cotadas no PSI20 e as subvenções vitalícias a que têm direito, comparando ainda estas situações com as de outros países europeus.
 
do Jornal i
 
Em política existe a dissidência e a resistência. Interessa-me mais a resistência já que se trata de acto que leva à utilização de meios políticos para uma revolta de carácter ético. Em Portugal, são poucos os que enveredaram por esta noção de realismo do cumprimento. Invariavelmente, chegados à actividade, os de cá, e os exemplos abundam até dizer chega, optam desde logo por relações complexas que lhes tragam mordomias, como que passaporte para uma bela vida sem sobressaltos. Creio mesmo que já é uma ideia fixa a que se entranhou nesta gente, assim como algo que está geneticamente dentro do indivíduo. Ora, estes genes “naturais”, não podem ser patenteados uma vez que existem: a plebe apenas os “descobre”. Mesmo assim, como é sabido, existem genes que podem ser manipulados e portanto podem ser sujeitos a patente. É isso mesmo que tem acontecido nas últimas décadas no que à política “à portuguesa” diz respeito. Pessoas guindadas à condição de dirigentes de um país sem que para o efeito revelem qualquer aptidão e muito menos vocação. Promovidas a altas patentes e com o reconhecimento dos pares de função, e quantas vezes com a benção da plebe desinformada e acolitada, sendo essas promoções a principal categoria de ‘violência’ num meio politicamente desregulamentado. Um estado de “sub-regulação” que tem sido o colapso absoluto para os mais desfavorecidos e o climax transcendental para a boa vidinha dos citados promovidos. De resto, uma condição nunca antes vista em qualquer país digno desse nome. É só ler o que diz Gustavo Sampaio: «... fiz entrevistas a deputados estrangeiros (suecos, dinamarqueses e britânicos) perguntei-lhes se havia uma lei mais restritiva nos seus parlamentos quanto a conflitos de interesses e incompatibilidades face a actividades paralelas. Todos me responderam que nem sequer há lei. Disseram que isso é extremamente invulgar porque não têm disponibilidade para outras actividades. O trabalho parlamentar ocupa-lhes sete dias por semana. A maioria não se lembrava de nenhum caso. Isso levanta a questão da razão por que em Portugal há deputados com três ou quatro actividades paralelas. É estranho...»
 
Só me ocorre uma reserva mental: descansemos um pouco no corpo e interroguemo-nos se é justa uma entrega tão completa a este rol de alguns pseudo-políticos, especialmente em tempo de eleições. Será conforme à razão? É que assim sendo, Portugal até parece uma bola, mas com mais alguma coisa do que ar lá dentro. Desgraçadamente, o afã avarento de muitos. A génese de tão feia situação é longa e complexa, mas com os fenómenos concretos e evidentes baseados no diagnóstico feito, já só é preciso evitar o voto nesta prole famélica, escolhendo-os bem, de modo a afastá-los de vez e com isso afugentar a completa decadência da Nação!
 
Mário Rui

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Mick Jagger


             















Hoje, sexta-feira, Mick Jagger faz 70 anos. Parabéns, rapaz.
 
Às vezes os amigos velhos dão-nos mais sujeição que os novos. Mas são ambos amigos!


Mário Rui

A vergonha


 
 
Os partidos políticos portugueses "exigiram à população enormes sacrifícios", mas, chamados a negociar, "foram incapazes de fazerem, eles próprios, o sacrifício dos seus interesses", analisa o sociólogo António Barreto.
 
Jornal “negócios online”
 
O teatro português é o de maior variedade possível: dramas, cenários, actores e pobres espectadores, tudo varia e se sucede com tanta rapidez e novidade que para uns é objecto de terror e espanto, e para outros, de estudo. É por isso que a nossa vergonha nos cora permanentemente a cara!
 
Mário Rui


Corrupção






















Papa pede para que jovens não desistam de lutar contra corrupção
Durante o discurso  na favela de Varginha com forte conteúdo social e mensagens políticas, o papa Francisco fez um apelo para que os jovens não desistam de lutar contra a corrupção.
 
"Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo."

Num mundo onde qualquer rosto se pode revelar como sendo uma máscara, traz algum conforto sabermos que ainda há homens que, embora em escasso número, promovem um humanismo pronto a negociar para além das fronteiras inventadas pelos maus. Na circunstância é o Papa Francisco a fazê-lo. Podia ser outro, mas certamente que teria muita dificuldade em assumir uma identidade única pois que, neste sítio conturbado em que vivemos, torna-se muito difícil, mesmo perigoso, polarizar, agregar e finalmente cultivar o bem comum. É difícil porque há por aí umas sociedades fechadas, ditas secretas, que não querem e não deixam que personalidades cívicas se tornem cidadãos de pleno direito. Tão depressa instigado este empurrão para fora do social, assim nasce a tal corrupção a que alude, e bem, o Papa. Concorde-se ou não com ele, ainda bem que o temos como voz autorizada para falar ao mundo sobre as vicissitudes do nosso tempo e especialmente para lembrar aos mais novos que a realidade de hoje pode mudar! E, tanto quanto percebi, nem sequer lançou mão do religioso ou espiritual para o dizer. Afinal, para quem o quis perceber, apenas falou em relações de igualdade e não de transcendência. Pois bem, este credo cultural, que não outro, chega para que as reivindicações dos que agora aí estão em força, os mais novos, se ergam decididamente contra o carácter implacável dos maus que fazem deste mundo pequenos mundos corruptos. Nós, os mais velhos e os que são sérios, já há muito percebemos onde nos meteram. Com tanta mentira, contrato fraudulento e dolo próprio, fizemos o que nos foi possível. Educar os nossos filhos no seio dos deveres supremos que sempre devem assistir a quem se quer digno de pertencer a meio com substância ética. Se calhar não fizemos tudo o que devíamos. E isto não quer, de forma nenhuma, dizer que as nossas intenções morais tenham enfraquecido. Pelo contrário. Ainda por cá vamos estando para a luta mas de facto já precisamos da ajuda do homem de branco. Valha-nos ele, pois de preto e tidos como supostamente finos e cultos, já nos sobram. Afinal apenas distractivos! Como diria Nietzsche, "o homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz. ...” Continua, pois, Francisco, a dizer pensadamente, mesmo que alguns se empertiguem com ego ofendido. Nós agradecemos sábias palavras e ao mesmo tempo afrontas a génios maldosos. E já agora, viva a inquietude dos mais jovens!
Mário Rui

domingo, 21 de julho de 2013

A política







































Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.

A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.

À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.

Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)

Mário Rui

The show must go on …



Portuguesas e portugueses, foram 20 dias de espectáculo inolvidável, irrevogável, sensacional, mas não percam o espírito arrebatador do circo. Aguardam-se novas matinés. The show must go on …

Mário Rui

A sociedade do espectáculo



“Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.”

Guy Debord

Mário Rui

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Obrigadinho aos três.






















Mário Rui

As férias presidenciais


Não alimento especial simpatia por férias presidenciais. Em todo o caso, se obrigado a escolher, optaria sem dúvida pelas de Cavaco Silva. Apesar de tudo, prefiro ser desenganado com alguma mágoa a ser enganado como bobo da corte.

Mário Rui

Selvagens














A ‘poesia’ normalmente figura o que a realidade da vida dura mostra. Bom, bom, seria poder elogiar a luta contra os outros roedores que levaram o país à falência. O problema é que a impunidade é sempre segura quando a cumplicidade é geral. E assim continuaremos selvagens … …
Mário Rui

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O buraco







































Admito que haja gente que goste de estar informada e ao mesmo tempo divertida com a informação. De resto, uma das grandes vantagens da rádio sob o jornalismo impresso é justamente essa característica. Em rádio, eliminar o supérfluo para não desvirtuar o significado da mensagem, à mistura com dose certa de piada, permite uma variedade que corta a monotonia da linguagem e retém a atenção do ouvinte. Assim, a naturalidade de expressão prevalece em detrimento das palavras por vezes confusas e das frases elaboradas, isto para que o ouvinte não se sinta forçado a esforços superiores à sua compreensão normal. Já na imprensa escrita, e porque lida com atenção mais ‘vagarosa’, importa desde logo que a primeira página forneça a imagem dos acontecimentos do dia de modo a seduzir o leitor através da leitura dos mais importantes. Por ‘mais importantes’, entenda-se a primeira página como "mostruário" de cada edição e portanto os títulos sérios que podem despertar o leitor para este ou aquele tema. Ora, há jornais que, fazendo tábua rasa de tais enunciados, e quanto a mim erradamente, dão à estampa nas suas edições títulos vários com contornos brincalhões mas nem por isso livres do achincalhamento às pessoas em mira. Sem querer fazer de advogado do diabo, sei lá quem é a ministra, se calhar pior que o seu antecessor, já há muito percebi que a falta de decoro de algum jornalismo cá do burgo, acaba no mais das vezes por se traduzir em piada sem graça. Até acho mais! A má educação consiste especialmente nos maus exemplos. E quanto a mim foi isso que se passou no que respeita à primeira página do JN. Teria preferido um ataque directo, ou um título não ambíguo, relativamente à tarefa que a ministra terá levado a cabo e, assim, a coisa ficaria entendível e terminada. Vale esta opinião para a visada como para qualquer outro que esteja exposto à opinião publica ou publicada! Agora a “ministra foi mostrar o buraco” é assim uma coisa que, quando pensada e escrita, parece ser dissimulação que denota fraqueza por parte de quem a escreve. Defendo que a pretensa civilidade de alguns não deve ser nunca a mordaça da verdade, mas também não é menos certo que vale mais uma opinião despoetizada e frontal, ainda que violenta, do que a disposição das palavras escritas e ditas de modo a poder-se-lhes atribuir mais de um sentido. E então quando o sentido roça a troça e o escárnio aos egos pessoais em vez de atacar supostos talentos para a coisa, aí já começo a pensar que alguns insignificantes tidos por letrados mais não querem senão preponderância. Ficam iguais a certos políticos e não é o jornalismo, essa nobre profissão, que os vai fazer renascer das cinzas. E já agora, em defesa do dito, mudem lá o nome! Já chega de buracos. Razão tinha Paul Valéry; « a meditação é um vício solitário que cava no aborrecimento um buraco negro que a tolice vem preencher».
 
Mário Rui

terça-feira, 16 de julho de 2013

O futuro!


Lá está, não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo! VER AQUI

"Ahora los fascistas tendrán que lamerme el culo para mandar una carta"

"Femen protagoniza el último sello francés. Ahora, todos los homófobos, extremistas y fascistas tendrán que lamerme el culo cuando quieran mandar una carta", prclamó ayer vía twitter la feminista ucraniana Inna Shevchenko, orgullosa de que su imagen haya servido de inspiración a los dibujantes Olivier Ciappa y David Kawena para realizar la versión 2013 de Marianne por encargo de La Poste.

In “Blogoterráqueo”

Mário Rui

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O espectáculo!!!



A mudança de maior importância em tudo o que sucedeu nos últimos 15/20  anos reside na própria continuidade do espectáculo.  É por isso que nem todos são ganhos imediatamente para a causa. Alguns simplesmente se retraem, aguardando o momento em que a confusão se aquiete para que possam recuperar as suas poses, posses e cómodas posições, e depois então vingar-se.
Mário Rui

domingo, 14 de julho de 2013

Tudo vive no Universo



Kremlin volta a máquinas de escrever para evitar fugas  (ver aqui)

Tudo vive no Universo.

É curioso. Toda esta gente foi e é responsável pela aparição de uma nova sociedade. Não pretendo sequer qualificá-la pois não sei se lhe conseguiria apostar o rótulo certo. O que retive foi a lição que nos ensinaram e segundo a qual o novo espaço que habitamos já não é o espaço-tempo, mas antes o espaço-velocidade. A isto acrescentaram, e conseguiram na prática, fazer com que todos fossemos dependentes uns dos outros e nada do que hoje fazemos é indiferente para o destino dos nossos semelhantes. Por um lado ainda bem, mas como qualquer moeda, o mundo em que vivemos também tem, pelo menos, duas faces. Uma delas já a mostrei. A outra tem a ver com a “nova modernidade” que nos impingiram, a tal do espaço-velocidade. Puseram-nos a navegar na rede, conquistámos uma renovada filosofia de vida, na perspectiva de muitos urgentemente necessária, tendo tudo isto levado à aparição de uma comunidade claramente imaginada por alguns. Se, mesmo assim, lucrámos com isso? Claro que sim. O problema não mora na abertura ao conhecimento que nos foi facultado. O problema reside no facto dessa sociedade ter nascido da mente de muito poucos em detrimento do pensamento da maioria e igualmente desprezando as evocações do que tinha outrora credibilidade. Foi pena ter-se avançado desse modo. Na espuma dos dias que correm somos inundados e alertados para a co-presença de um número imenso de outros, os caminhos que percorremos estão apinhados de ecrãs de televisão, de botões, de imagens apelativas, de convites irrecusáveis, todos podem «surfar» no ciberespaço, mas a verdade é que todas estas crescentes liberdades individuais são afinal objecto do controlo, muitas vezes irracional, do inventor de um mundo globalizado, em suma agência fiscalizadora colectiva da vida da humanidade. Assim é mais fácil adquirir a soberania estatal. É como uma espécie de seguro fidedigno contra a eventual resistência ou a rebelião apontada aos poderes estabelecidos. Não é preciso diabolizar, ainda que o mereça, este estado de coisas. É preciso é percebê-lo e desarmá-lo passo a passo. No mínimo, não lhe dar muita confiança pois que a contínua globalização da dependência humana, ela própria se encarregará de nos mostrar o caminho certo. Nas grandes mudanças actuais, sociológicas e tecnológicas, devemos preocupar-nos com a avaliação exacta daquilo que ganhamos e do que perdemos. Só isso. E nunca acreditar obstinadamente que o novo é sinónimo de moderno. Vamos devagar, pensadamente e não nos iludamos. Quantas vezes o novo é apenas aproveitamento do velho que jogámos fora. Mais digo; virá o tempo em que a moderna tecnologia e as novas formas de viver se queixarão dos velhos avarentos que não quiseram fazer testamento por se arrepiarem da palavra “deixo”. Felizmente que muitos o não fizeram, tendo deixado legado e seguidores à altura que, aproveitando casos e sucessos antigos, determinaram a sua existência na ordem e no progresso dos eventos do nosso actual mundo. Um mundo que, como a Lua, tem fases. A antiga e a nova, mas tem apenas um pacto que é a sabedoria humana!

Mário Rui

sexta-feira, 12 de julho de 2013

«despaís – Como Suicidar um País»



Boas companhias de férias

«despaís – Como Suicidar um País», de Pedro Sena-Lino

O livro mostra um país dependente da ajuda externa, pobre, emigrado, desempregado, envelhecido. Gerido por políticos corruptos, ou líricos sem ligação à realidade, acaba vendido em partes, como depois de uma insolvência.

« O romance inicia-se com uma situação inimaginável hoje: e se houvesse um referendo sobre o fim do país – e este ganhasse? Será impossível? Esta é a história de como virtualmente isso poderia um dia acontecer. Eis o cenário: o país mergulhado no enésimo pacote de apoio externo, as reformas totalmente congeladas, a escola pública paga, o desemprego e a emigração galopantes; os bancos a falir; entre vários outros aspetos igualmente negativos.»

Mário Rui

A Mulher Desiludida


Boas companhias de férias

A Mulher Desiludida - Simone de Beauvoir

"Sempre olháramos longe. Seria necessário aprender a viver o dia-a-dia? Estávamos sentados lado a lado sob as estrelas, tocados pelo aroma do cipreste, nossas mãos se encontravam; o tempo havia parado por um instante. Iria continuar a escorrer. E então? Sim ou não, poderia ainda trabalhar? Minha raiva contra Filipe se esfumaria? A angústia de envelhecer me retomaria? Não olhar muito longe. Longe seriam os horrores da morte e dos adeuses. Seria a dentadura, a ciática, as enfermidades, a esterilidade mental, a solidão em um mundo estranho que não compreenderíamos mais e que prosseguiria seu curso sem nós. Conseguiria não levantar os olhos para esses horizontes? Quando aprenderia a percebê-los sem pavor? Nós estamos juntos, é a nossa sorte. Nós nos auxiliaremos a viver essa derradeira aventura da qual não retornaremos. Isso no-la tornará tolerável? Não sei. Esperemos. Não temos escolha."

Mário Rui

Bipolaridade?



Bipolaridade?

A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, citou a escritora francesa Simone de Beauvoir no momento em que ordenava a expulsão dos cerca de 100 manifestantes que interromperam os trabalhos parlamentares, pedindo a demissão do Governo, ontem, quinta-feira.

Também é um bocado de histerismo a mais, vamos lá ser francos. O que de resto só prova que há muita gente que, assim como o eco, repete as palavras sem lhes compreender o sentido.

Mário Rui

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Triunfo do Mal



O TRIUNFO DO MAL – 18 anos depois e para que o mundo civilizado, e em especial a velha Europa cortês, jamais esqueça o rosto dos novos Hitlers. Os que insistem em “limpezas étnicas”!

Em cinco dias de assassinatos em Julho de 1995, 8 mil homens e jovens muçulmanos foram sistematicamente exterminados em Srebrenica, então sob a fraca protecção de soldados holandeses das forças de paz da ONU, no que foi descrito pelo tribunal de crimes de guerra da ONU como "o triunfo do mal".

As forças sérvias bombardearam Srebrenica de 6 a 11 de Julho, antes de entrarem na cidade acompanhadas de equipas de filmagem. No dia seguinte, mulheres e crianças foram separadas dos homens e colocadas em autocarros, mostraram gravações de TV da Sérvia. Os homens e meninos foram separados "para interrogatório por suspeitas de crimes de guerra". Segundo o ex-comandante servo-bósnio Ratko Mladic disse às mulheres, todos seriam retirados dos autocarros para serem reunidos posteriormente em segurança.

Com pedidos de reforços negados, os holandeses das forças de paz foram forçados a testemunhar a execução dos civis enquanto as tropas sérvias agiam com o objetivo de "limpeza étnica". Nos dias anteriores ao ataque, 30 mil muçulmanos que fugiam do avanço do Exército sérvio encheram a cidade. Depois do massacre, não havia restado nenhum muçulmano.

Um grande número escapou, mas os que ficaram enfrentaram o pior. Milhares de homens e meninos com idades de 10 a 77 anos foram cercados e assassinados. Aqueles que tentaram esconder-se em suas casas foram, de acordo com as evidencias apresentadas no julgamento do general sérvio Radislav Krstic em Haia em 2000, "caçados como cães e massacrados".

Mário Rui

Papa coragem


 
 
 
O popular "Papa coragem" já é o homem do ano para a "Vanity Fair"
 
A edição italiana da revista chega hoje às bancas com Bergoglio na capa, elogiado por nomes como Elton John ou Andrea Bocelli
Defende Elton John que "Francisco é um milagre da humildade numa era de vaidade". E com popularidade tamanha que só podia acabar, por ironia do destino, na primeira página da revista que dá voz às vaidades das maiores estrelas. Um "Papa coragem", é a chamada de capa da edição italiana da "Vanity Fair", que hoje chega às bancas, com o argentino Jorge Bergoglio em grande destaque. De resto, a publicação antecipa-se na eleição do homem do ano, sublinhando a visita que o santo padre realizou este semana à ilha de Lampedusa, no sul da Sicília, onde condenou a "globalização da indiferença" numa forte homilia, interrogando-se sobre quem "terá chorado" pelos milhares de imigrantes que perderam as vidas das águas do Mediterrâneo quando partiram de África.
 
Mário Rui

O arraial

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Guerras assimétricas


















Líder histórico do PS escreve que a primeira missa de D. Manuel Clemente foi um “escândalo” e uma “vergonha inaceitável”. Mário Soares considera incompreensível que o novo patriarca tenha deixado que políticos presentes, entre os quais Passos Coelho e Cavaco Silva, fossem aplaudidos por, afirma, uma “claque de capangas”. Diz que receia regresso ao fascismo.

Numa guerra assimétrica, leia-se relação de tamanho, de disposição ou pontos de vista que entre si devem ter as coisas ou as partes de um todo em relação a um dado facto, as frentes são formalmente comandadas por barões que juntam forças e julgam cooperar para o engrandecimento das suas próprias causas. Na origem de tal assimetria guerreira, está o facto das armas e seu potencial serem, em regra, desproporcionadas tendo em conta as hostilidades presentes. É um mundo veloz onde as oportunidades descabidas de sentido se sucedem velozmente e depois desaparecem a um ritmo alucinante. Ainda que o truque seja apanhar cada uma delas à medida que passam, nem mesmo assim se consegue o avatar mágico que nos faça mudar para melhor. Mário Soares bem nos poderia ter poupado a mais uma tirada sem senso. Não tanto pelos políticos que pretendeu atingir, porque pouco valem, mas sobretudo porque disparou em todas as direcções, algumas delas sem inimigo à vista e, assim sendo, até parece ter-se tratado de ambição territorial. É uma mania que se lhe colou quando afinal o homem tem certamente melhor arsenal para utilizar. E já agora, o fascismo, esse jamais regressará posto que os manuais de instrução já não conseguem explicar a utilidade do produto. Como não tem nenhuma serventia, também não terá habitação em nós. Logo, não são necessárias palavras tontas! Precisamos e aplaudiremos outras.


Mário Rui

domingo, 7 de julho de 2013

Em Portugal há a pedra, falta saber se tem gás e vontade de ...

O gás de xisto está a mexer com o mundo. Em Portugal há a pedra, falta saber se tem gás - Dinheiro Vivo


Portugal ainda não se sabe se tem gás de xisto explorável e, mesmo que tenha, vão ser precisos bem mais de dez anos para o produzir. Então, porque não aproveitar o gás mais barato dos EUA que vai começar a ser exportado já a partir do próximo ano? Só isto podia fazer os preços descer, não para os três dólares, mas para cerca de nove. O problema é que, mais uma vez, no imediato é quase impossível.
“Há contratos de longo prazo com a Nigéria e Argélia que têm de ser pagos mesmo que não se levante o gás todo - que é o que está a acontecer porque o consumo desceu. Esses contratos não podem ser rasgados, por isso a Europa está entalada”, explica o presidente da Endesa em Portugal e ex-secretário de Estado da Energia.

Claro. Conforme o habitual: há contratos de longo prazo com a Nigéria e Argélia que têm de ser pagos mesmo que não se levante o gás todo - que é o que está a acontecer porque o consumo desceu. Esses contratos não podem ser rasgados. E, digo eu, há mais qualquer coisa que certamente impedirá esta exploração em Portugal, mas lá vem ‘ a Europa está entalada’. A desculpa não é muito diferente da habitualmente utilizada quando a coisa não convém a alguns... Depois chamem-me conspirador. Eu gosto do nome. É por esta e outras mais como esta que a América dá cartas à velha Europa aristocrática, caquética e sobretudo de vistas curtas. 

Mário Rui

sábado, 6 de julho de 2013

A visão de MEC







































Em 24 Março 2012.

Miguel Esteves Cardoso diz que só percebeu o quanto é ligado a Portugal quando viveu em Inglaterra. "Era uma coisa de chorar. Em Inglaterra, ia à procura nos índices dos livros para ver se havia uma referência, ia à biblioteca ver se falavam de Lisboa, de Sintra. Percebi que era português lá. Eu não sabia, pensava que era internacional, cosmopolita, que estava acima disso", afirma na entrevista que será publicada amanhã (24 de Março de 2012), na Revista do Expresso.

Afinal MEC foi o único a perceber quem viria a ser Paulo Portas! E a julgar pelos mais recentes acontecimentos, parece que acertou. Infelizmente!


Mário Rui

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O país em banho-maria







































Mário Rui

O manicómio português







































Vista ‘aérea’ de Portugal
Nos últimos anos o desempenho de adivinhos, fossem quais fossem as suas qualificações profissionais como profetas, mostrou-se tão espectacularmente ruim que o país só podia chegar a este estado de loucura total. Perante este cenário, parece-me que não temos mais uma sobrevivência garantida, mesmo a curto prazo – e isto é também uma consequência dos nossos próprios actos, como comunidade de portugueses. Acresce que, é lamentável que novas áreas de imprevisibilidade continuem a ser frequentemente criadas pelas próprias tentativas que buscam controlá-las. É assim uma espécie de novo estágio, em que a eventual resolução dos problemas se pode transformar em auto-destruição, em que um tipo de refrescamento político destrói e modifica qualquer tentativa de modernização. Não basta uma dor para que nasça uma nova sociedade. Com uma subjectividade política, dentro e fora dos partidos, como a que existe actualmente, tudo a que podemos aspirar é a uma fachada de oportunismos programáticos. Teorias sem consenso, desprovidas de cerne legitimador e que até uma simples rajada de evento é capaz de  derrubar. É um verdadeiro manicómio: criminalizado, marginalizado, ridicularizado,  onde os principais participantes de programas políticos e de declarações do governo, apenas servem para o encolhimento e minimização da própria política. Desconfio que nem mesmo as poucas oportunidades para indivíduos corajosos “moverem montanhas”, tenham qualquer incentivo que convoque gente assim. Hordas de políticos maus fizeram de Portugal uma metáfora! Talvez quando o seu papel for entendido como vocação, talvez aí consigamos reganhar um país e abolir de vez tais “relíquias” significantes de um passado louco que não se desenvolveu!
Mário Rui

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A cambalhota















E agora a cambalhota.
Que péssimo filme passa por estes dias em Portugal. Mau, demasiado mau para ser visto. Não que me espante o argumento posto que há anos o ando a combater. Semelhante refrega mantenho também com os guionistas que lhe deram alma e daí a minha incontida desilusão, que não admiração, por tudo o que a peça nos tem mostrado. Já não bastava a escaramuça, a confusão dos últimos dias e eis que agora vamos assistir à segunda parte do espectáculo. Se até aqui foram os amuos pessoais, as manifestações de enfado ou mau humor que concorreram para a desestabilização governativa, a partir de agora parece que vamos ter a cambalhota como exercício de ginástica política. Nada que, reitero, também me faça ficar pasmado. O que há de mais notável em tudo isto, isso sim deixa-me estupefacto, é a geração dos chamados espíritos infantis que tomaram de assalto o país. É certo que à custa do consentimento de muitos, afinal gente que depositou confiança em tal súcia e, por isso mesmo, não se isenta igualmente de culpas. Espero que os últimos acontecimentos lhes tragam alguns ensinamentos. Falo naturalmente no momento de votar! Mas voltando ao espectáculo em cena, então não é que Portas foi agora mandatado pelo CDS para negociar com Passos Coelho? Mesmo que se demonstrasse, com verdade plena e incontrastável, que eram falsas as travessuras perpetradas por estes garotos, jamais teriam condição para assumir o comando de uma paróquia de aldeia, quanto mais de um país. Triste paisagem de puerilidade perversa aquela que estes personagens nos mostram. Meninos de mestra! Quando alguém dá nota de que a boa moral saiu, a turba infantil encabrita-se e indisciplina-se. Tirada a norma que deveria presidir à tarefa com sentido, resulta que esta ralé não pode executar mais do que uma coisa, a cambalhota! Mesmo que por cá fiquem, já não vai ser altura de os ouvir, mas, ao contrário, de os julgar, sentenciar, mesmo que seja recorrendo à velha moral intransigente. Mais não merecem.
Mário Rui

terça-feira, 2 de julho de 2013

Amanhã há mais


Os Partidos

Amanhã continua a mesma assuada.

Assim o público fica avisado e os partidos também. Porque nada deve custar mais aos ilustres partidários, que dizem zelar pelos interesses do seu país, do que ver, numa discussão, finalmente exausta a sua colecção de injúrias, findos os seus apontamentos de berros!

Mário Rui

Portugal ao fundo!




















A realidade de ontem e de hoje:

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, apresentou hoje o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, abrindo assim a porta à queda do Governo. A escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças esteve na base da sua decisão.

Seguro já está a fazer contactos para decidir próximo passo

E agora Eça de Queirós:

«Nós bem o sabemos: a gargalhada nem é um raciocínio, nem um sentimento; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma. E no entanto é o único comentário do mundo político em Portugal. Um Governo decreta? gargalhada. Reprime? gargalhada. Cai? gargalhada. E sempre esta política, liberal ou opressiva, terá em redor dela, sobre ela, envolvendo-a como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, e cruel - a gargalhada!»


Mário Rui

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A demissão e os ávidos
























Até parece que tudo se resume à disputa político-partidária. Entrementes o país continua à deriva e à espera de um verdadeiro líder, que não temos, que dê dois murros na mesa e explique a todos estes arregimentados que Portugal merece consensos que o guindem à condição de Nação. Que Portugal se exauriu, está estafado de aturar uma cáfila partidária que se resume à defesa de singularidades e não, como seria desejável, à guarda de uma identidade nacional. Tudo o que até agora vi e ouvi sobre a demissão do ditador Gaspar, resume-se a isto; verborreia descontrolada e ambiciosa que mais não consegue senão deixar fugir a possibilidade de concretização dos nossos sonhos e o alcançar de novas conquistas que evitem o sofrimento continuado de um povo! Querem fazer-nos crer piamente que o que realmente desejam é a tranquilidade e o progresso - mas iludem-nos: o que realmente procuram é a agitação de modo a que não se esfumem as suas (in)capacidades para continuarem a reinar. O prazer está na presa, não na caça. E tanto se me dá que o caçador se chame Gaspar, Seguro, Passos ou outro qualquer nome feio, igual aos que citei! Semelhantes entre si. Todos eles. Não conta a união possível que tire a nossa terra do atoleiro. Na coutada desta gente, o importante é manter o apresamento de Portugal. Quanto ao único que poderia dar o tal murro na mesa, o Presidente da República, também estamos conversados. De resto mais não podíamos esperar. É que ninguém pode ensinar aquilo que não sabe! Brasil, Brasil que trazes à rua a tua gente, lutando pelos seus direitos e sem que se veja uma tendência partidária, sectária. Só verde, amarelo e pessoas. Muitas. E de nós, o que dizer? Estas políticas caseiras e rasteiras não foram projectadas para serem adoptadas pelo povo. Foram estudadas para o privilégio de uns quantos bem protegidos!! Mudarei de opinião quando, e se, de entre estes vulgachos todos, surgir um que nos possa indicar o caminho certo. Pode ser que se dê um milagre.

Mário Rui