terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desengajamento e rompimento


A fazer fé no que o jornal i titula, fica-me a confirmação de que estamos rodeados de gente sem vínculos, o que de resto parece ser a nota dominante, central, dos tempos políticos modernos. Não entendo o motivo pelo qual algumas pessoas se dispõem a ocupar cargos que deveriam ser de total e imaculado percurso público, sabendo-se não confortáveis com o trilho escolhido. Será masoquismo? Será um sonho atingir a cadeira do poder a qualquer preço? Bem vistas as coisas, tudo isto não é mais que uma oscilação entre esse sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Pois se a complexidade do assunto já era densa e difícil demais para ser desfeita ou destrinchada, então expliquem-me lá que outra cousa terá impelido a ministra a aceitar o cargo. Só encontro uma explicação; hoje, as promessas de compromisso são irrelevantes. A facilidade do desengajamento e do rompimento de carácter é actualmente de tal natureza que só leva alguma gente à recusa em sair de cena. Mas, se bem percebi, estamos a falar de mentiras, algo que deveria chocar qualquer mente de boa índole. Enfim, há que aprender a ser optimista. Há que concluir que parte desta culpa cabe a todos nós, como integrantes desta sofrida vida e perceber que muito podemos ainda fazer para reverter este ciclo negativo da política nacional.

Mário Rui  

Síria a ferro e fogo. Não há árbitro!


Síria a ferro e fogo.

Não há árbtiro!

Segundo os termos de um acordo elaborado entre os EUA e a Rússia, o regime do presidente al-Assad comprometeu-se a desmantelar, sob supervisão internacional, o seu arsenal de armas quím...icas.

Washington afirma que foram as forças do presidente que estiveram por detrás do ataque ao subúrbio de Damasco.

O presidente russo Vladimir Putin já mostrou sérias dúvidas sobre as certezas dos EUA, tendo afirmado que existe a possibilidade de terem sido as forças insurgentes as responsáveis pelo ataque químico.

Segundo o relatório da equipa de peritos da ONU destacada para a Síria as amostras recolhidas são provas claras e convincentes de que foram usados foguetes contendo o gás ‘Sarin' no ataque à área de Ghouta em Damasco.

O relatório diz que o gás Sarin foi usado nos bombardeamentos do dia 21 de Agosto na capital síria, mas não indica o autor do ataque.

Eu até posso perceber, embora não acreditando no que diz Washington e muito menos no que diz Moscovo, que tudo se joga no plano geoestratégico mundial. Só isso e mais nada que isso!

O que não consigo compreender é qual o papel desempenhado pela ONU em toda esta teatralização. Bobo da corte? Então descobriram que foi usado gás ‘Sarin’ contra civis? E não descobriram quem o lançou? Tudo é mau e, pelos vistos, já nem a ONU é um mal menor. Vão às malvas mais as vossas conclusões. Mas que história tão mal contada. Afinal se foi só para observar, nem era preciso ONU para nada. Qualquer alveitar da minha terra teria concluído o mesmo e com menos despesa.

Certo, certo é que o caminho pelo qual todos os impérios se suicidam é a guerra, a mentira e o militarismo exacerbado. É só uma questão de tempo. E é igualmente lamentável que a ONU, a maior organização internacional, cujo objectivo principal é criar e colocar em prática mecanismos que possibilitem a segurança internacional, o desenvolvimento económico, a definição de leis internacionais, o respeito pelos direitos humanos das vítimas deste joguinhos e o progresso social, não seja capaz, ou não queira, fazer de justo árbitro quando este mais falta faz ao mundo.

Mário Rui