terça-feira, 23 de junho de 2020

E assim vai o país



Três coisas que não desejo, mas espero ver dentro de muito pouco tempo;

1 - o tribunal passar a ser o réu

2 - o cão a passear o dono pela trela

3 - o Estado a convocar uma comissão especializada para fazer o telefonema ao organizador de festas ilegais a pedir ao dito que venha até à esquadra, mas sem pressas, devagar que tem tempo.

Caso ele não atenda o telefone, então deve ser marcada uma eleição, há sempre tempo para ir a votos, de modo a que seja escolhido um dos festeiros com a incumbência de o procurar



Mário Rui
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A PONTE DA VARELA FEZ ONTEM 56 ANOS


Traços de um roteiro feliz

A Torreira estava sempre do outro lado. Mas, a 22 de Junho de 1964, caíram as barreiras que limitavam esse horizonte. E, quando aberta a passagem, os sonhos, vontades e pretensões e até os amores, passaram a ter ante os olhos, e de modo mais fácil, o espaço grande das areias e do mar por onde mergulhar a vista e o prazer. Gerada também com o concurso do nosso coração e construída por quem percebeu que não se podia ir eternamente à toa da corrente, substituiu a “Lancha da Torreira”. Esta, igualmente com história, porque foi outra expressão formal da Ria, em fim de vida acabou por se encerrar na sua simpatia pelas inovações benfazejas. Fechava-se um ciclo de existência pitoresca ornada de imagens plasmadas no ondular penetrante das águas e começava um aceno de olhares e circunstâncias feitas lá do alto da travessia. Lancha e ponte, ainda agora nos avivam a memória da tradição amiga e da prática do progresso então ansiado. Mas hoje, é a Varela quem faz anos. E, pelo seu incontestável abraço que une margens, só lhe devemos dar os parabéns por estar sempre presente e pronta, oportuna e necessária às passagens para uma e outra banda.



Mário Rui
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A vestir nos desentendemos



Segundo o estilista Walter Van Beirendonck, seja lá ele quem for, esta é a moda para homens para uma qualquer próxima estação. Ainda pus em dúvida se seria para as estações floridas da CP, aquele concurso ferroviário de antigamente. Mas não, informei-me melhor e a CP disse-me que a próxima estação era a do Outono. Quanto a isso, fiquei esclarecido, o que, nos dias de hoje, é coisa que já só se consegue com um ranger de dentes e, na maior parte das vezes, com um fortíssimo embaraço mental. Baldadamente procurei saber se estaria então em causa, eventualmente, um apeadeiro. Disseram-me da CP que esses já tinham acabado. Em assim sendo, desisti de perceber em que estação irá parar esta moda. Sobretudo porque em cima da secretária onde habitualmente aglomero algumas produções escritas, por mim, bem entendido, já não consigo alinhavar farófia por absoluta vergonha do mais que queria dizer sobre estações. De todo o modo, por este andar do enfarpelar, sempre estou para ver o que para aí virá na próxima estação, a feminina. Talvez nada que me admire, pois quanto a surpresas lembro-me muito bem do meu avô que, num belo dia, semeou um feijão e nasceu um pessegueiro. No entanto, entre esse tempo de surpresas e o de hoje, de aberrações, a diferença reside no facto de, agora, necessariamente, ter de me meter no meio da multidão que se divide em bananas e abananados, multidão que faz muita cera, que devia ser trabalho só para as abelhas, e que consome coca…cola, porque há muita falta de chá. De contrário, apelidam-me de racista e eu não quero. Já estou aqui a mais. Adeus!




Mário Rui
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Estarreja - Junho 2020






Mário Rui
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Por aí






Mário Rui
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E se se virasse o feitiço contra o feiticeiro?

















Mário Rui
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Só tenho pena de já não ter idade para mais fitas


Não, não fomos a Marte, ainda não descobrimos o caminho terrestre para as Berlengas, também ainda não entendemos porque é que em Portugal já só resta um punhado de sapateiros, alfaiates e mestres-carpinteiros, a par de também não termos ainda percebido porque apanha o peru, no Natal, uma grande perua, ou que jeito dá à couve ter olhos. Pronto, não descobrimos nem percebemos nada disso, e é o que é. No entanto, o nosso rectangulozinho goza da curiosa particularidade de ter três chefes de estado, a que chegámos. Porque Portugal, com ser pequenino, quer ser diferente em quase tudo, preferimos apostar então noutras coisas lindas de morrer … a rir. E, vai daí, revolucionadas todas as nações do mundo – grandes, médias e pequenas – já só faltava fazer o mesmo com as pequeninas. Queremos ser gente como os outros e passar à história com uma revoluçãozinha comediante mais ou menos proporcionada, ou proporcional, como queiram, ao nosso tamanho. É justo, acho eu. E se pensada a coisa por alguns, ainda melhor foi feita por outros. Três galos do mesmo poleiro, que jamais se digladiam, juntam-se para anunciar ao país que a Final da Champions será realizada na nossa capital. Que orgulho, até o português caiu em transe futurando à nação dias bem luminosos. E mais; quando me quiseram fazer perceber que a bola ia dar, ou já estava a dar, um salto colossal na relva de preito merecido aos profissionais de saúde, então aí tive um delírio indescritível. Mas ainda havemos de ver mais e melhor, se o país quiser. Por mim, percebi finalmente que os estadistas pequenos se revelam nestas empreitadas, e os estadistas grandes são revelados pelas eloquências de certos silêncios.




Mário Rui
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Destes, gosto mais sem adornos


Gosto mais sem adornos  (AQUI)

É, como qualquer outra, uma opinião. Mas se for uma constatação de facto por parte do PR, então apetece-me dizer que para ele o bem necessita de lembrança, estamos de acordo, mas o mal de esquecimento. E porquê? Porque custa-me muito lembrar certas coisas e custa-me ainda mais esquecer outras. Falo de quê? Disso mesmo, da transparência, mas da que sempre está em falta, do tanto que afinal tem sido opaco e nunca lembrado, aflorado sequer. De resto, deve ser então por isso mesmo que Portugal poucas vezes é escolhido para palco de grandes acontecimentos, pois a opacidade que por aí campeia tem implicâncias e defeitos que os de fora veem bem, nós é que não. Dito isto, acho que a inobservância do PR quanto a essa opacidade, devia consistir justamente na sua observância. E por aqui me fico já que a minha sinceridade é simples, às vezes até inocente, outras vezes grosseira. Depende das transparências, sobretudo quando vejo montes que são reduzidos a planícies por certos políticos habilidosos. Que diabo, forjam-se tantos outros números que nos cegam e suspendem e o PR nunca os viu? É estranha essa (in)transparência.



Mário Rui
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Por aí






Mário Rui
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Praia da Torreira - arte xávega





Mário Rui
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Realmente o Padre António Vieira foi um génio


Realmente o Padre António Vieira foi um génio;

“Nem todos os futuros são para desejar, porque há muitos futuros para temer”.

Hoje, o que mais tememos, são os imbecis tentando ordenar o caos, organizando assim o futuro da boçalidade.



Mário Rui
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Dos progressistas de papel pardo


A estátua do Padre António Vieira, em Lisboa, foi vandalizada. (AQUI)

Querer apagar a nossa história, a boa e a má, é próprio de gentalha curta de ideias e de factos. É cunho de imbecis de escasso miolo na tola que mais não querem senão apagar os passos do nosso caminho, os documentos da nossa acção, os pedaços da nossa vida. A não ser avultando o que de relevante tivemos ao longo de 841 anos de nação, pouco mais restará capaz de preservar essa contribuição da inteligência, do progresso e do civismo nacional. É essa história relevante que faz prosperar o Estado, moraliza a sociedade e honra o país. Até a que foi deixada no nosso espírito como tendo sido desonrosa, porque também a tivemos, e não nos enobreceu nem teve ideal justo que a norteasse, deve ser mostrada e devidamente explicada. Nunca tendo demonstrado grandeza de que nos possamos orgulhar, serve, hoje, no mínimo, de lição para que saibamos o que foi a estupidez, os desmandos, os crimes e a as vilanias que a caracterizaram. E serve em especial, mas com o raciocínio largo e iluminado, para que nos apoiemos nessas tristes realidades de modo a que não mais regressemos a tão calamitoso tempo em que o céu português era escuro como breu. Essa é a razão pela qual discorro sobre a nossa história, a boa, mas também sobre a má, posto que há gente que a quer ceifar a esmo julgando que ambas nunca existiram. E então quando querem decepar sobretudo a boa, já estamos a falar de idiotas que apenas se rebaixam ao nível de certos animais, grandemente orelhudos, idiotas que, na escala zoológica, lhes são muito inferiores.




Mário Rui
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A senhora Georgina





Mário Rui
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