terça-feira, 23 de junho de 2020

A vestir nos desentendemos



Segundo o estilista Walter Van Beirendonck, seja lá ele quem for, esta é a moda para homens para uma qualquer próxima estação. Ainda pus em dúvida se seria para as estações floridas da CP, aquele concurso ferroviário de antigamente. Mas não, informei-me melhor e a CP disse-me que a próxima estação era a do Outono. Quanto a isso, fiquei esclarecido, o que, nos dias de hoje, é coisa que já só se consegue com um ranger de dentes e, na maior parte das vezes, com um fortíssimo embaraço mental. Baldadamente procurei saber se estaria então em causa, eventualmente, um apeadeiro. Disseram-me da CP que esses já tinham acabado. Em assim sendo, desisti de perceber em que estação irá parar esta moda. Sobretudo porque em cima da secretária onde habitualmente aglomero algumas produções escritas, por mim, bem entendido, já não consigo alinhavar farófia por absoluta vergonha do mais que queria dizer sobre estações. De todo o modo, por este andar do enfarpelar, sempre estou para ver o que para aí virá na próxima estação, a feminina. Talvez nada que me admire, pois quanto a surpresas lembro-me muito bem do meu avô que, num belo dia, semeou um feijão e nasceu um pessegueiro. No entanto, entre esse tempo de surpresas e o de hoje, de aberrações, a diferença reside no facto de, agora, necessariamente, ter de me meter no meio da multidão que se divide em bananas e abananados, multidão que faz muita cera, que devia ser trabalho só para as abelhas, e que consome coca…cola, porque há muita falta de chá. De contrário, apelidam-me de racista e eu não quero. Já estou aqui a mais. Adeus!




Mário Rui
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