terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Outra vez, Sr.Dominique Strauss-Kahn?



No novo escândalo, ele estará, segundo a imprensa, envolvido na realização de orgias em hotéis de luxo em Lille. Durante vários meses, jornais franceses relataram a suposta ligação entre o ex-director do FMI e o fornecimento de garotas de programa, num caso apelidado de "Carlton" devido ao nome do hotel onde clientes receberiam prostitutas. De acordo com as investigações, DSK terá usado bens corporativos da empresa de construção Eiffage para o pagamento de festas sexuais em hotéis, nas quais participavam prostitutas.

Em 17 de Setembro de 2011, a propósito do outro escândalo envolvendo este senhor, escrevia eu o seguinte:

«Era só o que nos faltava. Numa Europa conturbada, sem rumo, onde os povos não querem o federalismo como solução possível para o renascimento do continente, e lá saberão porquê, numa Europa que precisa tanto de líderes como o pobre de pão para a boca, só necessitávamos agora de um presidente francês de modo a que a culpa de um, fosse a pena de todos. Será que esta desistência, feliz ideia, quer significar que a culpa afinal mede-se pelo arrependimento? Parece que sim. Boa viagem, senhor Strauss!!!

Não o conheço pessoalmente, como é óbvio, e ainda bem. Também não gostaria até porque nunca confiei na cara deste indivíduo. Mal por mal, deixem lá estar o Sarkozy...

Mário Rui

Basófias




O jornal Público de ontem, dia 20 de Fevereiro, brinda-nos com uma primeira página onde o destaque vai todo para Eduardo Catroga, esse eminente economista que, a par de outras mentes brilhantes da nossa economia, nos salvou da insolvência enquanto País. De resto, o jornal, dá-se ao cuidado de titular: “o homem que fez um governo e ficou de fora”.

Francamente esperava, não muito mais, mas ainda assim um tudo-nada de independência jornalística e respeito pelos poucos leitores que este periódico, senão já pasquim, vai tendo. É quase uma primeira página para um exemplo que de político imaculado e norteador do rumo de um povo, nada tem a dizer. Só posso encontrar uma explicação para este destaque.

Ou o jornal está pelas ruas da amargura ou então enveredou pela vulgaridade do que titula e escreve, e assim não lhe auguro grande futuro. Quanto ao artigo em si, logo perdi a vontade de o ler tão-só porque a capa elucidou-me quanto ao teor que adivinho pobre. São apenas sinais jornalísticos, ou plásticos?, para conceitos de alguns articulistas que se acham como fazendo parte de grupos de sensações que se repetem e juntam frequentemente.

Qual será verdadeiramente o objectivo de tão ilustre escrita em relação a tão sublime político que , somado a outros cuja cintilância arde ainda hoje no céu da nossa cultura europeia? Só pode tratar-se de perturbação, de pequenos acessos de tentativa de estupidificação em relação aos leitores.

É que estamos, ou está o Público, a falar de alguém que foi candidato a ministro e que, com 70 anos de idade continua agarrado à coisa político-partidária, agraciado com 45 mil euros mensais na EDP, somados a uma reforma doirada, para não dizer milionária, de que não abdica. Isto roça a raia do pornográfico. Talvez tenha a ver com a história dos “pentelhos” e com a sua nomeaçao para a presidência do Conselho Geral de Supervisão da EDP.

Agora do que eu não tenho dúvidas é que esta operação jornalística só pode, a aduzir às outras razões antes apontadas, ser como que uma espécie de sabonária que tudo lava. Até a imagem daqueles que mais e melhor beneficiaram com a mudança de Governo.

Na verdade, uma coisa que se explica, deixa de nos interessar. Piedade para com todos. O jornal e o homem. Observamos mal a vida se não tivermos também visto a mão que, de uma maneira especialmente enganosa como a do Público, nos ludibria, e a do homem que por amor narcísico pouco tem a ensinar-nos.

O narcisismo é uma barbaridade: porque se exerce à custa de todos os outros. Acabo já! Deixem-me apenas acrescentar o que diz o suplemento do P2 a propósito do economista: “Competente, dinâmico, empenhado, impulsionador, independente.” Eu insisto na necessidade de deixarmos de vez de confundir ética com basófias. Que dose de cretinice tudo isto.. ...

Mário Rui