quinta-feira, 4 de agosto de 2016

As imagens têm coração quando esses instantes não nos desiludem




É, é peixe que sabe à profissão de quem o pesca mas também às cores, à paisagem e aos anos de vida de quem mergulhando no mais das vezes em colheita marítima sáfara, nem por isso desiste de lutar pela nitidez de uma existência ainda que amolecida pelas durezas deste quotidiano. Mesmo que feito de alguma descrença em meses menos fartos, não deixa de ser um dia-a-dia de cepticismos risonhos tais são os costumes que habitam estas mulheres. Há instantes que não se pagam senão com raridades. Suponho que estas últimas se vão inexoravelmente perdendo pela chateza que os progressos lhes trazem mas, enfim, não as percamos nós pois são estados de alma a legar aos vindouros. As imagens têm coração quando esses instantes não nos desiludem.


Mário Rui
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